Resumo:
Com base no método etnográfico e lançando mão da perspectiva biopolítica e de aportes sobre o conceito de territorialidade da antropologia urbana, o presente artigo visa problematizar algumas dinâmicas da vida que perpassam as cenas abertas de uso de crack e outras drogas ilegalizadas no centro histórico da Cuiabá, MT, Brasil. Os resultados demonstram que esses territórios são alvo de mecanismos diversos de controle social, que se expressam por meio de violências múltiplas e permanentes, mas também se constituem enquanto espaços que reúnem pessoas estigmatizadas e expulsas da sociedade normalizada, ou seja, pessoas que constroem laços e interações sociais, se auto-organizam e resistem ante a pluralidade de violências perpetradas sobre elas.
Palavras-chave:
Situação de rua; Territorialidades marginais; Controle social; Resistências