Resumo:
Neste texto, desejamos dialogar sobre a espacialização da vida de bebês e crianças nas cidades, a partir de um olhar sobre a urbanização e sobre o viver em diferenciados territórios. Nossa reflexão se faz a partir da condição do beco, como uma expressão espacial desacostumada, que tem a força e a potência das próprias infâncias. Contaremos, assim, as histórias dos becos, em formas de geografias, com as crianças e com os bebês, para, com eles, olharmos suas vivências espaciais e o seu direito à cidade. Este artigo é um encontro com outros, um ajuntar de vozes oriundas não só de outras pesquisas, mas com autores acadêmicos e, também, com a literatura. Trata-se de um ensaio que busca colocar em interface os temas centrais presentes no próprio título. Nessa perspectiva, busca-se pensar o direito à criação de outra forma de espacialidade, em que está posta a própria condição de humanização e, em especial, a dimensão da topogênese como uma das marcas a ser apreciada. Defendemos que a garantia do direito a (outra) cidade deve ter como princípio não somente a tão apontada autonomia espacial, mas, junto a ela, a garantia da autoria espacial e do desenvolvimento em sua totalidade.
Palavras-chave:
Topogênese; Espacialização da vida de bebês e crianças; Direito à (outra) cidade; O desacostumar em formas de becos