A farmácia hospitalar permeia e interliga várias ações desenvolvidas em diferentes setores no complexo processo de utilização do medicamento dentro do hospital. Falhas na dispensação significam o rompimento de um dos últimos elos na segurança do uso dos medicamentos. Ainda que grande parte dessas falhas não cause danos aos pacientes, sua existência denuncia fragilidade no processo e indica, em uma relação direta, riscos maiores de ocorrência de acidentes graves. Os conceitos atuais dos incidentes relacionados a medicamentos podem ser categorizados em grupos e incluem as reações adversas, os eventos adversos e os erros de medicação. Dentre estes se inclui os erros de dispensação, cujas causas mais comuns se associam ao caráter inseguro e ineficiente dos próprios sistemas de dispensação. Os fatores associados a estes erros se resumem nas falhas de comunicação, nos problemas relacionados à rotulagem e embalagem dos medicamentos, na sobrecarga de trabalho e na estrutura da área de trabalho, nas distrações e interrupções, no uso de fontes de informação incorretas e desatualizadas e na falta de conhecimento e educação do paciente sobre os medicamentos que utiliza. O erro de dispensação, ainda que em muitos casos possa ser classificado como banal, assume níveis epidemiológicos importantes. Este artigo, parte de um estudo sobre a ocorrência de erros de dispensação na farmácia de um hospital geral de grande porte, visa divulgar uma revisão sobre os principais conceitos que hoje norteiam os estudos sobre eventos adversos, bem como o estágio atual do conhecimento sobre os erros de dispensação.
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