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O segmento “1” compõe-se pela rua Luiz Brugin e avenida Saul Elkind, sendo esse percurso realizado somente por uma entrevistada. Apesar de a rua ser mais afastada dos percursos realizados, a escolha é devido à sinalização existente para o pedestre atravessar com segurança. |
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O segmento “2” é representado pela rua Arara-Azul, foi escolhida por questões de manutenção do espaço: a limpeza da rua indica que os moradores zelam por suas calçadas, assim como, a inexistência de obstruções e pela facilidade ao caminhar na via. A manutenção do espaço é estudada por Wilson e Kelling (1982)WILSON, J. Q.; KELLING, G. L. (1982). Broken windows: the police and neighborhood safety. The Atlantic. EUA, v. 249, n. 3, pp. 29-38. Disponível em: https://www.theatlantic.com/magazine/archive/1982/03/broken-windows/304465/. Acesso em: 18 maio 2023. https://www.theatlantic.com/magazine/arc...
em que a falta de cuidado aumenta a percepção de insegurança, e quando existe manutenção, promove a percepção de segurança. Outro apontamento pela escolha do segmento foi a existência de comércios, escola e o supermercado. De acordo com a entrevistada: “o estacionamento do supermercado fica no final da rua, se algo acontecer, eu posso chamar alguém para me socorrer”. Percebeu-se que a existência de usos não residenciais está relacionada à frequência de pessoas. Por último, a segurança em relação ao trânsito foi citada mais uma vez quando a entrevistada explica a rua como tranquila e que consegue atravessar a via com segurança. |
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O segmento “3” é composto pela rua Luiz Brugin e rua Irene Carrara Nunes. A escolha desse trecho foi relacionada com estruturas físicas e sociais. O segmento é composto por comércios como uma pizzaria e a Unidade Básica de Saúde (UBS) – Maria Cecília e a própria permanência de moradores possibilita o movimento que as entrevistadas explicam, visto que “mesmo sendo uma rua mais residencial, eu sempre vejo os moradores na garagem ou varrendo as calçadas”. Outra característica para a escolha foram as características espaciais, como a largura da via identificada como convidativa em relação às demais. |
Segmento
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Justificativas
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O segmento “4” é definido somente por um trecho da avenida Saul Elkind, realizado por todas as entrevistadas, que relataram a escolha pela: “rotatividade de pessoas devido à existência de vários comércios”. No entanto, problemas das calçadas incomodaram as entrevistadas, fazendo com que algumas caminhassem pela ciclovia, situada no canteiro central da avenida. Um dos problemas foi em razão da largura das calçadas, visto que, como são estreitas, com a presença de pessoas, ponto de ônibus, placas de sinalização, poste de iluminação, etc., e de acordo com uma entrevistada, tornam-se possíveis alvos para assaltos. Logo, a frequência de pessoas é benéfica pelo fato de serem vistas, mas em alguns casos, pode contribuir para a percepção negativa para ser vítima. Por último, como a ciclovia apresenta pouca arborização, uma das entrevistadas relatou que, em dias nublados, prefere caminhar pela ciclovia, por existir comércios na avenida que são pontos de drogas. |
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O segmento “5” é composto pela rua Antônio Lopes Sevilha, a sua principal característica de escolha foi a “existência de comércios próximos à calçada, que funcionam até às 19 horas”. De acordo com Jacobs (1958)JACOBS, J. (1958). Morte e vida de grandes cidades. EUA, Random House., os comerciantes são excelentes vigilantes, cuidam das calçadas e promovem a ordem pública por se preocuparem com a segurança de seus clientes. Outro fator de escolha pelo segmento, segundo uma entrevistada, é “sempre vejo moradores nas residências ou varrendo as calçadas, conversando, passa ônibus e o fluxo de carro é maior”. A entrevistada complementa que, se não houver pessoas caminhando, assim como, moradores por perto, não é um bom lugar para caminhar porque ”ninguém iria te socorrer se você precisar pedir ajuda”. Outra característica citada foi à percepção de familiaridade, uma entrevistada respondeu que “sente que o ambiente é mais familiar e acolhido quando as ruas estão movimentadas”. Ferraro (1995)FERRARO, K. F. (1995). Fear of crime: interpreting victimization risk. EUA, Suny Press. explica que a familiaridade do percurso é suportada por atividades que são simbolicamente significativas para os indivíduos e promovem a sociabilidade. |
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O segmento “6” é determinado pela rua Izaura Amaral Alves, foi escolhido pelas moradoras por ser “um caminho mais próximo às áreas comerciais”, assim como, “é caminho para onde tem maior movimentação de pessoas”. As entrevistadas escolheram a rua por se situar próximo às vias comerciais, bem como pela proximidade ao destino do percurso. Essa questão aponta que o percurso também é realizado pela escolha de ruas próximas ao destino, ou seja, pela rapidez do percurso. |
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O segmento “7” é definido pela rua Antônio Lopes Sevilha e rua Maria Sinopoli Francovig, que foi escolhida pela quantidade de residências porque promovem os “olhos da rua”, de Jane Jacobs (1958)JACOBS, J. (1958). Morte e vida de grandes cidades. EUA, Random House.. A escolha do segmento foi por ser uma opção melhor pela observação de presença de moradores em suas residências se algo acontecer. |
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O último segmento “8” é classificado pela avenida Saul Elkind e rua Rudolf Keilhold, a entrevistada continuou caminhando pela avenida porque “acabei criando vínculo com um comerciante na esquina com a rua Rudolf Keilhold, me sinto segura ao passar por ali”. A teoria de confiança é novamente mencionada, sendo caracterizado por Jacobs (1958)JACOBS, J. (1958). Morte e vida de grandes cidades. EUA, Random House. por promover a ordem pública através do vínculo entre comerciante e freguês. Outra característica do segmento é a implantação do Colégio Olympia Tormenta que promove maior movimento de pessoas na rua. |