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Nietzsche e "o povo mais fatal da história universal"* * Tradução de João Evangelista Tude de Melo Neto.

Resumo

O presente artigo busca analisar visão de Nietzsche sobre o judaísmo a partir do enigma do vocábulo "Verhängnis" (fatalidade) e de seu adjetivo derivado: "verhängnisvoll" (fatal). Essas duas palavras são estranhamente traduzidas por "fatalidade" e "funesto" nas diversas edições francesas da Genealogia da moral e de O Anticristo. Por que o pensador do "fatum" teria imprimido à fatalidade a inflexão do funesto quando ele fala dos judeus, levando em consideração que os judeus são, na sua ótica, "a fatalidade da Europa". Essa singular equivocidade introduzida pelos tradutores franceses no texto de Nietzsche não tem sentido de ser, a partir do momento em que pensamos a natureza desse "fatum", dessa necessidade irreversível, introduzida na história pela primeira transvaloração dos valores - que é o advento do judaísmo. Ou então, se há equivocidade, ela é mais complexa do que a simples tradução de "verhängnisvoll" por "funesto" deixa transparecer.

Palavras-chave
fatalidade; funesto; judeus; cristianismo

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