RESUMO
Objetivo
investigar os efeitos de fronteiras prosódicas na compreensão de ambiguidades sintáticas no português brasileiro além de testar duas hipóteses baseadas na noção de intensidade de fronteira: a hipótese de fronteira absoluta (ABH) e a hipótese de fronteira relativa (RBH). Manipulações da estrutura prosódica influenciam como os ouvintes interpretam frases sintaticamente ambíguas. No entanto, o papel da prosódia na compreensão da linguagem oral tem recebido atenção limitada em línguas além do inglês, particularmente do ponto de vista do desenvolvimento.
Método
Vinte e três adultos e 15 crianças participaram de uma tarefa computadorizada de compreensão de frases envolvendo frases sintaticamente ambíguas. Cada frase foi gravada em oito formas prosódicas diferentes com manipulações acústicas de F0, duração, e pausa, variando o tamanho da fronteira prosódica de modo a transparecer as previsões da ABH e RBH.
Resultados
Crianças e adultos diferiram em como a prosódia influenciou o processamento sintático; as crianças foram significativamente mais lentas que os adultos. Os resultados indicaram que a interpretação das frases variou de acordo com suas formas prosódicas.
Conclusão
Nenhuma das hipóteses (ABH ou RBH) explica como crianças e adultos falantes do Português brasileiro utilizam as fronteiras prosódicas para desambiguar frases. Há evidências de que a maneira com a qual os limites prosódicos influenciam a desambiguação de frases varia entre os idiomas.
Descritores
Linguagem Infantil; Prosódia; Sintaxe; Ambiguidade Sintática; Compreensão de Frases