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Mentira terapêutica: a visão do fonoaudiólogo brasileiro sobre uma estratégia de comunicação controversa no atendimento ao paciente com demência

RESUMO

Objetivo

O objetivo deste estudo foi obter a visão do fonoaudiólogo brasileiro a respeito da utilização da mentira terapêutica como estratégia de comunicação no manejo de pacientes com demência.

Método

Trata-se de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, transversal, de caráter descritivo. A coleta de dados foi realizada de modo online através de um questionário contendo questões de múltipla escolha e resposta aberta.

Resultados

Os resultados quantitativos indicaram que a maioria dos fonoaudiólogos já fizeram uso da estratégia e desejam aprender mais sobre, julgando a técnica como relativamente válida, ética e adequada. Os dados qualitativos indicaram os motivos para o uso da técnica, sendo estes: tranquilizar o paciente em situação de agitação; estimular o engajamento na terapia; evitar estresse relacionado à perda de memória; manejar dificuldade ou recusa alimentar; manejar dificuldade ou recusa ao tratamento medicamentoso; evitar que paciente evada o local; manejar situações de delírio, confusão e/ou paranoia; garantir a segurança; e quando outras estratégias não funcionam.

Conclusão

A maioria dos fonoaudiólogos brasileiros utilizam a mentira terapêutica em sua prática clínica e o fazem levando em consideração o benefício da pessoa com demência, embora reconheçam a falta de conhecimento e preparo acerca do assunto. Consideraram essa estratégia de comunicação relativamente ética, válida e adequada. O artigo chama atenção para a necessidade de formação e de recomendações sobre o uso da mentira terapêutica entre pessoas com demência pelos fonoaudiólogos.

Descritores:
Demências; Comunicação; Fonoaudiologia; Decepção; Barreiras de Comunicação

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