RESUMO
Objetivo
Descrever os achados clínicos e de alimentação de prematuros com gastrosquise (GTQ) em uma unidade de terapia intensiva neonatal comparando-os a recém-nascidos (RNs) prematuros sem anomalias congênitas.
Método
Foi realizado estudo caso controle de caráter retrospectivo com 50 RNs prematuros (25 com GTQ e 25 sem comorbidades - grupo controle). Os RNs foram comparados quanto aos dados demográficos clínicos: risco de mortalidade e de avaliação fonoaudiológica (sucção não nutritiva e nutritiva). Posteriormente foi aplicado o modelo de regressão logística múltipla a fim de determinar as variáveis associadas ao desfecho fonoaudiológico negativo (alta fonoaudiológica após mais de 7 dias considerando a primeira avaliação fonoaudiológica).
Resultados
Os resultados da primeira análise indicaram que houve diferença entre o GTQ e o GC para as seguintes variáveis: tempo total em dias de internação; uso de ventilação mecânica (invasiva x não invasiva); dias de vida na data da primeira avaliação fonoaudiológica; uso de via alternativa de alimentação, sendo que o grupo GTQ apresentou piores resultados. Os resultados da regressão logística múltipla indicaram que o diagnóstico de GTQ, uso de ventilação mecânica invasiva e ausência de pressão intraoral adequada durante a primeira avaliação fonoaudiológica foram fatores de risco para o desfecho fonoaudiológico negativo.
Conclusão
As habilidades de alimentação dos prematuros com GTQ está relacionada à gravidade do quadro (complicações do trato gastro digestivo), exigindo maior tempo de internação, uso de ventilação mecânica invasiva, uso prolongado de via alternativa de alimentação e necessidade de mais atendimento fonoaudiológico para iniciar a alimentação por via oral.
Descritores:
Fonoaudiologia; Recém-Nascido; Recém-Nascido Prematuro; Gastrosquise; Alimentação Alternativa