RESUMO
Objetivo Relacionar o risco de disfagia autopercebido com o nível de ingestão oral em pacientes oncológicos hospitalizados.
Método Estudo transversal, com amostra por conveniência composta por indivíduos adultos e idosos, com diagnóstico de câncer e internados em um hospital oncológico do sul do Brasil. Os dados sobre sexo, idade, tempo de internação, comorbidades, diagnóstico oncológico, tratamento e via de alimentação, foram obtidos dos prontuários dos participantes. O nível de ingestão oral foi classificado pela Functional Oral Intake Scale (FOIS), o risco de disfagia foi identificado pelo Eating Assessment Tool (EAT-10) e a relação entre eles foi feita por meio do coeficiente de correlação de Spearman.
Resultados Foram incluídos 60 participantes (42 tumores sólidos e 18 tumores hematológicos), sendo 35 do sexo feminino (58,3%) e 25 do sexo masculino (41,7%), com média de idade de 58,5 ± 13,1 anos. Destes, 56 se alimentavam por via oral exclusiva (93,3%) e 18 apresentavam risco de disfagia (30%). Os idosos apresentaram maior risco para disfagia em comparação aos adultos (p-valor = 0,020). A relação entre a pontuação do EAT-10 (mediana 0; IQR = 0 - 4) e a classificação da FOIS (N: nível 2 = 2; nível 3 = 2; nível 4 = 2; nível 5 = 12; nível 7 = 42) demonstrou correlação inversa significativa (RHO = -0,463; p-valor = 0,000).
Conclusão Observou-se que quanto menor a pontuação no EAT-10, maior o nível da FOIS. Ou seja, quanto menor o risco para disfagia, menor a suscetibilidade ao uso de via alternativa de alimentação.
Descritores:
Fonoaudiologia; Disfagia; Transtornos de Deglutição; Neoplasias; Oncologia