Coaching profissional versus coaching vocal: similaridades e diferenças

RESUMO

Objetivo

essa Comunicação Breve descreve coaching/coach profissional e faz um contraponto com o coaching/coach vocal. O objetivo desse artigo é trazer clareza nessas duas apresentações de coaching, contribuindo para o uso correto e diferencial dos termos em questão.

Método

seis professores de um curso de pós-graduação, fonoaudiólogos e/ou coaches profissionais e/ou coaches vocais reuniram-se e compartilharam suas percepções e experiências em coaching profissional ou vocal e no ensino de estratégias de coaching para profissionais que atuam na área da voz. Um quadro de semelhanças e diferenças entre as duas atribuições, tanto quando ao processo de intervenção como quanto à formação profissional.

Resultados

seis aspectos fundamentais foram identificados para caracterizar as apresentações de coaching profissional e vocal: credencial, atuação, processo, conhecimento básico, parceria para resultados e título profissional.

Conclusão

o coaching profissional é um processo estruturado que exige formação certificada, com indivíduos credenciados por associações qualificadas e tem como objetivo facilitar mudanças positivas na vida dos clientes, melhorando a qualidade do pensamento para desenvolvimento de habilidades pessoais e profissionais. Já o coaching vocal é uma função não estruturada, que não exige formação certificada, podendo ser desenvolvida por diversos profissionais da saúde ou pedagogia vocal, com o objetivo de melhorar a performance vocal e/ou comunicativa de indivíduos usuários de voz artística ou não artística, cantada ou falada. Particularmente, quanto ao coaching vocal, sugere-se a manutenção da identificação profissional pela formação acadêmica ou atuação profissional de base, acrescentando-se o termo coach vocal, como qualificador.

Descritores
Coaching; Treinamento; Performance; Voz; Comunicação

ABSTRACT

Purpose

This Brief Communication describes the professional coaching/coach counterpointed by the vocal coaching/coach. The aim is to introduce and explain these two coaching perspectives for a correct and specific use of the terms.

Methods

Six undergraduate professors, speech language pathologists – SLP and/or professional coaches and/or vocal coaches met and shared their perceptions and experiences in professional or vocal coaching and in teaching coaching strategies to professionals working in the voice field. A chart was set encompassing the similarities and differences between the two attributions, both in terms of the intervention process and professional training.

Results

Six fundamental aspects were identified to characterize the two coaching presentations, both professional and vocal, namely: credentials, performance, process, basic knowledge, partnership for results, and professional title.

Conclusion

Professional coaching involved a structured process that requires certified training with individuals accredited by qualified associations aiming to facilitate positive changes in clients’ lives and improve for the understanding of how personal and professional skills are developed. Conversely, vocal coaching can be characterized as an unstructured function that does not require accredited training, executable by various health or vocal pedagogy professionals for improving voice and/or communicative performance of artistic or non-artistic individuals , sung or spoken voice users. Particularly regarding vocal coaching, it is suggested that the professional is identified throughout the academic training or basic professional performance, thus adding the term vocal coach as a qualifier.

Keywords
Coaching; Training; Performance; Voice; Communication

INTRODUÇÃO

A origem da palavra coaching não é bem definida, mas há registros de que ela possa ter aparecido, pela primeira vez, no século 16 no húngaro medieval, como kocsi, em referência às famosas “carruagens de Kocs”, uma vila na qual esses luxuosos meios de transporte eram construídos. De kocsi para coche no francês médio e kotsche, no alemão, o verbete aparece mais tarde na Inglaterra, na primeira metade do século 19 como coach, para indicar um professor particular que “conduz” um aluno pelo processo de se submeter a um exame. Na segunda metade desse mesmo século, tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos, a palavra coach passou a ser utilizada para se referir especificamente a um instrutor ou treinador esportivo, no sentido atlético⁽¹⁾. Portanto, o significado subjacente a coach é o de alguém que acompanha um indivíduo em uma jornada sofisticada e contribui para que se chegue em um determinado destino. Do cenário esportivo, o coaching foi transferido para o mundo das organizações nas décadas de 1970 e 1980, gerando um enorme grau de diversificação na década de 1990, profissionalizando-se e popularizando-se no presente século, no qual se consolidou como uma das profissões que mais cresce no mundo⁽²⁾.

Desta forma, as palavras coaching e coach têm sido cada vez mais usadas em textos leigos e na literatura científica, mantendo-se sua forma em inglês, sem tradução equivalente para o português. Entende-se por coaching o processo e por coach o profissional habilitado para essa atividade específica. Não são claras as diferenças entre esse procedimento e outras modalidades de atendimento, e também entre o profissional responsável por ele e outros prestadores de serviço, tais como professores, clínicos e treinadores. De modo geral, o coaching refere-se a uma abordagem de desenvolvimento humano, mas, para contribuir na compreensão do que esse processo e essa função significam, frequentemente acrescem-se qualificadores, indicando o contexto em que esse termo está sendo utilizado, tais como: coaching/coach profissional, executivo, carreira, sistêmico, Ericksoniano, de vida, de esportes e vocal. Quem conduz o processo é chamado de coach e quem contrata esse serviço era, inicialmente, designado coachee; contudo, ultimamente, prefere-se usar o termo cliente, de mais fácil pronúncia e compreensão⁽³⁾.

A literatura sobre coaching profissional e sua contribuição nas organizações é extensa e os resultados mostram efeitos na produtividade e performance de executivos, com nível de evidência variável⁽⁴⁾. Também na educação médica ele é apresentado como uma modalidade de treinamento, com elevada evidência que apoia o uso desse processo para a melhoria das habilidades técnicas⁽⁵⁾.

Na Fonoaudiologia, os especialistas em voz têm utilizado esses dois termos, coaching e coach vocal, de modo mais presente nas mídias sociais. Consideramos importante trazer maior clareza ao que significam. A literatura sobre coaching vocal é bastante limitada e destaca-se um artigo específico⁽⁶⁾ que apresenta um resumo de um painel de professores de canto durante a 10ª Pan-European Voice Conference - PEVOC, no qual são propostas três áreas na pedagogia da voz: voice building, coaching vocal e reabilitação da voz. Nele, o coaching vocal é apresentado como a capacidade de transferir e estabelecer habilidades que estão diretamente relacionadas com a performance em palco ou estúdio e a expressividade artística. O principal requisito para desempenhar essa função de coach vocal é ter tido experiência profissional ativa e/ou de apoio em atuação vocal ou em gravações em estúdio. Tal proposta é um marco na área, embora não tenha sido explorada com profundidade. Recentemente, um tutorial apresentando o uso de estratégias de coaching no treinamento de voz e na reabilitação de indivíduos com disfonias comportamentais oferece um panorama dos recursos dessa modalidade de interação que podem ser usados na área da saúde e na pedagogia vocal⁽⁷⁾.

O objetivo do presente artigo é o de compilar as principais similaridades e diferenças entre os chamados coaching profissional e coaching vocal, no sentido de contribuir para que haja clareza entre os processos relacionados a essas duas situações e às funções profissionais desenvolvidas pelos indivíduos que ministram esse tipo de atendimento.

MÉTODO

Esse artigo é o resultado de uma análise reflexiva dos autores, professores de pós-graduação; a investigação não utilizou dados de sujeitos e, desta forma, entendemos que não seja necessária aprovação de Comitê de Ética e nem TCLE.

Seis professores de um curso de pós-graduação em voz, nível aperfeiçoamento, reuniram-se para compartilhar suas percepções e experiências sobre os processos de coaching profissional e coaching vocal e sobre a atuação do coach profissional e do coach vocal. Foram selecionados seis aspectos fundamentais essenciais, com o objetivo de contribuir na caracterização dessas duas apresentações de coaching, a saber: 1. Formação: necessidade de credencial para o exercício profissional e níveis de certificação; 2. Atuação: direção da atitude profissional frente ao cliente; 3. Processo de trabalho: definição de objetivos, contrato e duração dos atendimentos; 4. Conhecimento básico na área de demanda do cliente: necessidade de formação nos temas trazidos pelo cliente; 5. Parceria para resultados: caracterização da relação entre o coach e o cliente, com indicação da responsabilização pelos resultados; e, finalmente, 6. Título profissional: identificação da qualificação do coach. Os resultados dessa discussão, ocorrida em três encontros de uma hora cada, são apresentados no Quadro 1.

Quadro 1
Principais similaridades e diferenças entre coaching e coach profissional e vocal

ASPECTOS	COACHING e COACH PROFISSIONAL	COACHING e COACH VOCAL
FORMAÇÃO	Titulação em Escola de Coaching Profissional (acreditada pela ICF ou outra instituição certificadora); a ICF credencia coaches em três níveis: ACC, PCC e MCC; possui um código de ética e 8 competências a serem respeitadas(3); profissionais das mais variadas formações acadêmicas buscam certificação para atuarem como coach profissional.	Não requer titulação e qualquer pessoa, sem formação específica, pode-se intitular coach vocal; o mercado reconhece o valor na sua especialidade; não há níveis de certificação; espera-se obediência ao código de ética de sua profissão e não há descrição de competências; a função de coach vocal é exercida principalmente por fonoaudiólogos, professores de canto e alguns médicos.
ATUAÇÃO	Movimento de hoje para o futuro, para atingir um objetivo ou resolver um dilema, em quaisquer áreas da vida, pessoal ou profissional, em situações que sejam motivos de coaching.	Movimento de hoje para o futuro, para atingir um objetivo ou resolver um dilema, na área de voz ou de comunicação, em situações profissionais, que sejam motivos de coaching.
PROCESSO DE TRABALHO	Objetivos pré-definidos pelo cliente (e/ou patrocinador do processo, no caso de organizações), contrato de prestação de serviços, tempo pré-determinado para início-meio-fim, com possibilidade de um patrocinador terceiro; o trabalho é desenvolvido entre 6 e 12 meses, com 10 a 12 sessões, em média; o mesmo cliente pode contratar outro processo no futuro para trabalhar outros objetivos.	Objetivos definidos ao longo da relação, em conjunto com o cliente, considerando-se melhora de performance na área de voz e de comunicação, seja do ponto de vista pedagógico, de saúde ou artístico; geralmente, essa parceria não exige contrato entre as partes e os objetivos podem ser apenas focais, desenvolvidos no curto-prazo, finalizando-se quando o resultado na performance tenha sido alcançado; essa relação pode-se estender por um período maior, ao longo de anos, de forma contínua ou intermitente, de acordo com a solicitação do cliente, com desafios de desenvolvimento vocal ou de comunicação diversos.
CONHECIMENTO BÁSICO	Esse profissional não precisa ter nenhuma experiência ou conhecimento na área de interesse e atuação do cliente, pois atua sobre o pensamento do cliente e não sobre o problema, a situação ou os dilemas de coaching trazidos para as sessões.	Esse profissional tem experiência pedagógica, de reabilitação ou médica na área de voz ou comunicação interpessoal, pois atua sobre o pensamento do cliente, mas também orienta sobre as melhores opções para a performance e saúde vocal.
PARCERIA PROFISSIONAL	O alcance dos objetivos depende exclusivamente do processo de coaching na relação coach-cliente; eventualmente o coach pode sugerir terapia, geralmente psicológica, não devendo o coach ocupar essa segunda posição, mesmo que tenha formação acadêmica para tanto.	O alcance dos objetivos pode exigir a ação conjunta de outros profissionais; eventualmente o coach vocal pode também ser o fonoaudiólogo, professor de canto ou médico do cliente, sendo responsável por questões de saúde vocal ou pedagógica, mas também atuando como coach vocal, contribuindo para reflexões sobre performance, carreira e condicionamento vocal.
TÍTULO PROFISSIONAL	Coach profissional; pode-se acrescentar uma especialização ou especificação da área de interesse: coach executivo, coach de time, coach de vida ou coach de carreira; no caso de profissionais registrados na ICF pode-se acrescentar o nível de credenciamento: Associate Certified Coach – ACC, Professional Certified Coach – PCC e Master Certified Coach – MCC (3); há outras certificações e classificações em outras associações ou escolas de formação.	Sugerimos manter o título da formação acadêmica do indivíduo ou de sua ocupação profissional e acrescentar coach vocal como uma qualificação adicional; por exemplo: fonoaudiólogo e coach vocal, professor de canto e coach vocal ou médico e coach vocal; desta forma, o contexto da atuação profissional fica mais claro e pode servir de base para a intervenção do coach vocal.

RESULTADOS

O compartilhamento das percepções e experiências dos seis professores foi organizado no Quadro 1, que apresenta as principais similaridades e particularidades dos processos de coaching profissional e coaching vocal, assim como das funções e responsabilidades do ministrante desse processo, o coach profissional e o coach vocal.

DISCUSSÃO

Encontra-se na literatura uma grande quantidade de material sobre o coaching profissional^(1-4,8-13), mas há raras publicações sobre o coaching vocal^(6,7).

A definição oficial proposta pela International Coaching Federation (ICF), a principal organização global sem fins lucrativos dedicada à formação e desenvolvimento de coaches, diz que “coaching profissional é uma parceria com clientes em um processo criativo e instigante que os inspira a maximizar seu potencial pessoal e profissional"⁽³⁾. A ICF reconhece o franco desenvolvimento dessa profissão, considerada a que mais cresce no mundo, principalmente o coaching executivo^(3,8-10) e, também, a existência de uma gama mais ampla de modalidades nas quais as abordagens e competências de coaching podem ser aplicadas, propondo o chamado “continuum de coaching”. Nesse continuum profissional estão incluídos coaches profissionais praticantes, gerentes, líderes, executivos de recursos humanos e profissionais de saúde que aplicam abordagens, estratégias e habilidades de coaching em seu local de trabalho³. Atualmente, o coaching não é regulamentado por nenhum país ou estado, porém, existem diversas escolas e associações de coaches que oferecem credenciamento, treinamento continuado e até mesmo pós-graduações na área³.

Os objetivos do coaching, mencionados por diversas escolas de formação profissional, incluem melhoria de bem-estar, desenvolvimento pessoal e profissional, resiliência, tomada de decisão, autorregulação emocional, trabalho em equipe e empatia^(2,3). O primeiro estudo clínico controlado randomizado sobre o uso do coaching foi desenvolvido na Austrália⁽¹¹⁾ há 10 anos e mostrou resultados evidentes em 41 executivos após um programa de 10 semanas.

A estrutura de coaching é diferente de treinamento, terapia, consultoria ou mentoria. O processo de coaching requer um diálogo diferenciado, denominado conversas de coaching. As conversas de coaching são um tipo de comunicação específica na qual o profissional, o coach, concentra-se na mente do cliente, em seu pensamento e suas crenças, enquanto o cliente concentra-se na situação que é motivo de coaching. O coach não determina ações, não dirige escolhas e nem aconselha sobre determinados problemas. O coach profissional usa perguntas poderosas para estimular a reflexão e produzir ações. Em uma simples frase, o coaching profissional pode ser definido como "um processo para facilitar a mudança positiva, melhorando o pensamento, a fim de desbloquear o potencial de uma pessoa para maximizar seu próprio desempenho”⁽¹²⁾.

Por sua vez, os termos coaching/coach vocal referem-se ao cenário de atuação com cantores, para auxiliá-los em ensaios ou apresentações, expandindo-se mais recentemente para auxiliar atores, comunicadores e palestrantes⁽¹³⁾. Mais especificamente em países de língua inglesa, a função de coach vocal aparece frequentemente associada a um profissional que contribui para a melhoria de habilidades específicas, podendo ser um repassador de árias de ópera, um especialista em respiração, fraseado, pronúncia em diversas línguas, dicção e outras habilidades⁽¹⁴⁾. Essa descrição não espelha a situação atual que observamos na área de voz e, recentemente, propusemos uma diferente perspectiva de conceito do que entendemos sobre coaching/coach vocal⁽⁷⁾. O coach vocal deve ser visto como um profissional que visa aprimorar o desempenho comunicativo e vocal, artístico e não artístico, utilizando estratégias de coaching profissional para atingir objetivos específicos relacionados à performance ⁽⁷⁾. O coaching vocal artístico é geralmente proposto para cantores, atores, locutores e dubladores enquanto o coaching vocal não artístico é geralmente endereçado a palestrantes, executivos, políticos e repórteres, entre outros. A função de coach vocal pode ser desenvolvida por indivíduos de diferentes formações acadêmicas, como fonoaudiólogos, especialistas em canto, professores de voz, professores de música, diretores artísticos, diretores de teatro, médicos e psicólogos, entre outros.

Em 2011, o Centro de Estudos da Voz - CEV, em São Paulo, instituição de ensino privada, passou a oferecer um programa de pós-graduação de um ano, denominado Formação Integrada em Voz - FIV, que foi a base para se propor, em 2018, o FIV com foco em coaching – FIV-C, com uma média de 300 horas de duração tendo como um de seus objetivos oferecer uma linguagem comum aos diversos profissionais que atuam na área de voz: fonoaudiólogos, professores de canto, médicos, entre outros, e instrumentalizá-los com o domínio de estratégias de coaching profissional⁽¹⁵⁾. O programa FIV-C sugere o uso do termo “coach vocal” como uma qualificação complementar à formação acadêmica ou função profissional de origem, por exemplo: fonoaudiólogo especialista em voz e coach vocal, professor de canto e coach vocal, ou ainda médico otorrinolaringologista e coach vocal.

A reflexão realizada e o quadro proposto com as principais similaridades e diferenças contribuem para esclarecer que o coaching profissional é um processo mais abrangente, embora se reconheça a existência de diversas especializações e contextos da prestação de serviço. Indivíduos das mais variadas formações acadêmicas, tais como administradores, engenheiros, economistas, psicólogos e outros profissionais da saúde, buscam uma formação acreditada em coaching para atuar como coach profissional. O coach profissional não precisa ter nenhum conhecimento sobre os tópicos passíveis de um processo de coaching, trazidos pelo cliente. Já o coach vocal tem uma atuação mais específica e embora, no presente momento, não seja exigida nenhuma certificação especial para identificar-se como tal, entendemos que seja recomendável uma formação de pós-graduação que ofereça treinamento de modelos, estratégias e dinâmicas da disciplina de coaching. Ao contrário do coach profissional, para o exercício do coach vocal deve-se ter experiência na área de voz e essa designação é utilizada por fonoaudiólogos, professores de canto ou de oratória e médicos. A função de coach vocal pode ser alternada com a da formação acadêmica original, seja na área da saúde ou da pedagogia vocal. Uma observação a ser feita é a de que identificar-se como coach vocal é apenas uma consequência de se ter um nome curto, embora se reconheça que a designação mais adequada deveria ser coach vocal e de comunicação, já que a voz é vista como o alicerce sobre o qual a comunicação oral é construída, sendo a melhoria da competência comunicativa o objetivo ulterior ao do coaching vocal. A próxima década tem potencialmente a possibilidade de consolidar a função de coach vocal, na medida em que os profissionais que exercem essa função passem a adquirir maior visibilidade no mercado, divulgando seus resultados em eventos científicos e produzindo pesquisas e artigos em revistas especializadas.

CONCLUSÃO

O coaching profissional e o coaching vocal são processos de desenvolvimento humano, o primeiro mais geral e o segundo mais focado na performance vocal, ambos com um movimento de hoje para o futuro, na solução de dilemas e conquistas de objetivos. As principais diferenças residem na necessidade de formação específica para atuar como coach profissional, o pré-requisito da formulação de um contrato e objetivos pré-determinados; já o coach vocal não exige uma formação específica, nem contrato de prestação de serviço e os objetivos podem ser determinados nos atendimentos ao cliente. Profissionais de diversas formações acadêmicas podem certificar-se no coaching profissional; já o coaching vocal é comumente exercido por fonoaudiólogos, professores de canto e médicos. Sugere-se que a designação de coach vocal seja acrescida à formação acadêmica ou atuação profissional original.

• Trabalho realizado no Centro de Estudos da Voz – CEV - São Paulo (SP), Brasil
• Fonte de financiamento: nada a declarar.

REFERÊNCIAS

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  23 Fev 2022
• Data do Fascículo
  2022

Histórico

• Recebido
  21 Jan 2021
• Aceito
  17 Set 2021