Objetivo:
Analisar a correlação entre medidas acústicas e a intensidade do desvio vocal e seu poder discriminatório na detecção da presença de alteração vocal, na classificação da intensidade do desvio e na diferenciação do tipo de voz predominante.
Métodos:
Participaram 186 pacientes disfônicos. O desvio vocal foi avaliado por consenso por três fonoaudiólogos, a partir da emissão da vogal /ε/, utilizando-se uma escala analógico-visual. Foram extraídas a média e desvio padrão (DP) da frequência fundamental (F0), jitter, shimmer e Glottal to Noise Excitation Ratio(GNE).
Resultados:
A média de F0 correlacionou-se negativamente com o grau de rugosidade e positivamente com o grau de tensão. O DP de F0correlacionou-se positivamente com o grau geral, de rugosidade, de tensão e de instabilidade. Houve correlação positiva entre o jittere shimmer e todos os parâmetros perceptivos. Apenas o GNE diferenciou vozes saudáveis de vozes desviadas e classificou o grau de soprosidade. O shimmer separou vozes rugosas de vozes não rugosas. A média de F0 foi útil para determinar o grau de tensão fonatória e diferenciou vozes rugosas das soprosas e tensas.
Conclusão:
Há correlação entre as medidas acústicas e perceptivo-auditivas. Oshimmer, o GNE e o DP de F0 podem ser utilizados na detecção de rugosidade, soprosidade e tensão, respectivamente. O GNE e a média de F0 são úteis para classificar o grau de soprosidade e tensão, respectivamente. A média de F0 diferenciou vozes rugosas, soprosas e tensas, sendo as vozes rugosas mais graves em relação às outras duas.
Voz; Disfonia; Percepção Auditiva; Acústica; Avaliação