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Editorial

De 22 a 25 de setembro, no Enotel Resort & Spa, em Porto de Galinhas, Pernambuco, ocorreu o mais importante evento nacional e um dos maiores encontros mundiais de nossa área, o XXI Congresso Brasileiro e o II Iberoamericano de Fonoaudiologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia - SBFa, com o inspirador tema "Ciclos de Vida" e a participação de quase 1.500 congressistas de diversos países. É sempre interessante observar com olhar crítico as sessões de temas livres, pôsteres e de trabalhos concorrentes a prêmios científicos, pois muitas dessas produções estarão, em breve, nas páginas da CoDAS. Percebe-se uma nítida melhoria na definição dos objetivos dos estudos e nos desenhos dos experimentos, assim como a ampliação de trabalhos multicêntricos, que podem oferecer uma representação geográfica nacional mais abrangente, há tanto desejado. É nítida a força e o empenho dos docentes e discentes dos novos programas de pós-graduação, o que merece nosso reconhecimento.

Tivemos a oportunidade de reunirmo-nos com os pareceristas de nosso periódico e refletir sobre esse primeiro ano de mudança de estratégia editorial, que incluiu um novo nome, a inserção de editores de área, uma maior participação de colegas estrangeiros e a profissionalização da secretaria editorial, por meio da parceria com o Grupo ZP. Na sessão de revisão do ano e debate sobre os próximos passos, os colegas avaliadores de artigos reforçaram a importância da revista em sustentar os programas de pós-graduação, reconheceram os esforços em direção à profissionalização e à divulgação da ciência produzida no Brasil para o exterior. Quanto às oportunidades de melhoria, foram sugeridas as seguintes ações: edição e filtro de pareceres pelos editores, incentivar cartas ao editor e definir com maior clareza o que se espera dos artigos da categoria de Fonoaudiologia Baseada em Evidências. Esse encontro contou também com a honrosa presença do Sr. Marcio Zeppelini, diretor-executivo da Zeppelini Editorial e editor da Revista Filantropia, que compartilhou os desafios de se publicar artigos científicos no Brasil, apresentando a complexidade desse panorama, sob o ponto de vista da casa editorial.

Contamos com a submissão de novos trabalhos e sentimo-nos honradas com a confiança que a classe deposita no trabalho que estamos juntos desenvolvendo.

Neste quinto fascículo da CoDAS, publicamos dois artigos de Audiologia, um de Disfagia, três de Linguagem, dois de Motricidade Orofacial, um de Saúde Coletiva e cinco artigos originais e uma Comunicação Breve na área da Voz.

O primeiro artigo de Audiologia é de autoria de Rigotti, Costa, Bevilacqua, Nascimento e Alvarenga e diz respeito à Avaliação da percepção de fala ao telefone em indivíduos que receberam o implante coclear no período de 1993 a 2003. Conclui que o implante coclear também possibilita o melhor uso do telefone por pessoas com deficiência auditiva. Almeida e Matas estudaram os Potenciais evocados auditivos de longa latência em crianças desnutridas e concluíram que ocorrem alterações nos potenciais evocados auditivos de longa latência em crianças desnutridas.

O artigo de Disfagia, de autoria de Carvalho, Chiari e Gonçalves, envolve o Impacto de uma ação educativa na alimentação de crianças neuropatas a partir de um estudo com 30 crianças com encefalopatia crônica não progressiva. As autoras concluem que uma ação educativa relacionada à alimentação produziu resultados positivos no conhecimento e na conduta dos cuidadores.

Na área de linguagem, Rodrigues e Befi-Lopes relatam o desenvolvimento de um teste de memória no artigo Memória de Curto-Prazo Fonológica em Crianças Pré-Escolares, em que 136 crianças entre 3 anos e 6 meses e 6 anos e 11 meses foram estudadas. Uma pesquisa a respeito da interação da consciência do próprio desvio de fala com as variáveis linguísticas: traços distintivos e gravidade do desvio fonológico é apresentada por Dias, Melo, Mezzomo e Mota, que concluem que a consciência do próprio desvio de fala parece não ser diretamente influenciada pelo tipo e número de traços distintivos alterados, nem pela gravidade do desvio fonológico. Spezzano, Mansur e Radanovic investigaram a Aplicabilidade da "Bateria de Nomeação de Objetos e Verbos" no Português Brasileiro e concluíram que essa bateria é adequada para adultos falantes do Português Brasileiro.

Dentre os artigos de Motricidade Orofacial, Medeiros, Jesus, Almeida e Raposo estudaram o Sistema sensório motor integrado em recém-nascidos prematuros, numa pesquisa com 90 participantes em que foi observada integração motora precoce relacionada à coordenação mão-boca. Barbosa, Scarmagnani, Trindade e Yamashita descrevem o Resultado cirúrgico do retalho faríngeo e da veloplastia intravelar sobre a função velofaríngea a partir de um estudo com 78 participantes, em que foi observado que a cirurgia de retalho faríngeo foi o método mais eficiente para pacientes com fissura palatina.

O estudo da área de Saúde Coletiva, de autoria de Silva, Couto e Molini-Avejonas, com o título Identificação dos fatores de risco em crianças com alteração fonoaudiológica: estudo piloto, envolveu 170 crianças e seus pais. Seus resultados sugerem que as crianças que apresentam algum fator de risco fonoaudiológico devem ter acompanhamento periódico quanto ao desenvolvimento da fala e linguagem e, se necessário, encaminhadas para intervenção precoce.

Na área de Voz, o estudo de Paoliello, Oliveira e Behlau mapeia desvantagens vocais autopercebidas em cantores populares por meio de um protocolo genérico e dois específicos, mostrando que o primeiro subestima as limitações percebidas e que os outros dois são mais sensíveis e intercambiáveis. O estudo de Iqueda, Ricz, Takeshita, Reis e Aguiar-Ricz constatou que os índices de nasalância de laringectomizados totais usuários de prótese traqueoesofágica para as frases nasais e para as frases orais são normais, assim como a avaliação perceptivo-auditiva da nasalidade da voz. A interessante análise de Lopes, Lima, Silva, Almeida e Almeida, sobre as preferências e atitudes dos ouvintes quanto ao sotaque regional e suavizado no telejornalismo, atestou que os ouvintes preferem e atribuem valores positivos à fala com sotaque suavizado, em todas as variantes linguísticas estudadas. O artigo de Costa, Oliveira e Behlau apresenta as propriedades psicométricas do Índice de Desvantagem vocal, em sua versão resumida, o IDV-10, comprovando sua validade, confiabilidade e sensibilidade para o emprego em indivíduos brasileiros com problemas de voz. O artigo de Ferreira, Campos, Bassi, Santos, Teixeira e Gama avaliou os efeitos da fonoterapia, no longo prazo, na qualidade de vida de professoras que receberam alta ou que abandonaram o tratamento fonoaudiológico para disfonia e concluíram que o impacto positivo persiste, ao contrário do que acontece com os pacientes que abandonaram o tratamento. A comunicação breve de Behlau, Pontes, Pedrosa, Yamasaki e Madazio registra o Programa Integral de Reabilitação Vocal, descrevendo os passos dessa abordagem brasileira para o tratamento das disfonias, em uso clínico há mais de duas décadas.

A Carta ao Editor refere-se a um artigo publicado no Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e evidencia as vantagens de ponderações amadurecidas.

Mais uma vez, temos a agradecer aos autores pela confiança e aos revisores, editores associados e colaboradores, pelo compromisso e envolvimento.

Contamos com novas contribuições, críticas e sugestões.

Fernanda Dreux Mara Behlau Editoras da CoDAS

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Out 2013
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