OBJETIVO:
Analisar a possível relação entre a consciência do desvio de fala e alguns aspectos do sistema fonológico, como o número e o tipo de traços distintivos alterados e a gravidade do desvio fonológico, bem como a interação entre a gravidade do desvio e a não especificação de traços distintivos.
MÉTODOS:
O grupo pesquisado constitui-se de 23 crianças com diagnóstico de desvio fonológico na faixa etária de 5:0 a 7:7 anos. Os dados de fala foram analisados a partir da Análise por Traços Distintivos e classificados pelo Percentual de Consoantes Corretas. Aplicou-se ainda o Teste de Consciência do Próprio Desvio de Fala. As crianças foram divididas em dois grupos: com consciência do próprio desvio de fala estabelecida (mais de 50% de identificação correta) e com consciência do próprio desvio de fala não estabelecida (menos de 50% de identificação correta). Por fim, as variáveis desta pesquisa foram submetidas à análise estatística descritiva e inferencial.
RESULTADOS:
O tipo de traços distintivos alterados não se mostrou distinto entre os grupos, assim como o total de traços alterados e a gravidade do desvio. Já uma relação entre a gravidade do desvio e a não especificação de traços distintivos foi verificada, na medida em que os casos mais graves apresentam mais alterações destas variáveis linguísticas.
CONCLUSÃO:
A consciência do próprio desvio de fala parece não ser diretamente influenciada pelo tipo e número de traços distintivos alterados, nem pela gravidade do desvio fonológico. Além disto, verificou-se que quanto maior a sua gravidade, maior o número de traços distintivos alterados.
Criança ; Fala ; Distúrbios da fala ; Percepção da fala ; Linguagem infantil