RESUMO
Introdução:
O impacto da fusão de coluna vertebral sobre a marcha de pacientes com escoliose neuromuscular continua sendo uma questão controversa, especialmente, em pacientes nos quais a fusão espinhal se estende até a pelve.
Objetivo:
Avaliar o efeito da instrumentação espinhal nesses pacientes.
Métodos:
Avaliamos 34 pacientes em estudo retrospectivo, com média de idade de 14±3 anos à cirurgia; somente pacientes deambulatórios com escoliose neuromuscular e patologia neurogênica não progressiva foram incluídos. Os pacientes foram tratados cirurgicamente com fusão posterior da coluna com ou sem extensão até a pelve. Foram feitas radiografias pré-operatórias (PRE) e pós-operatórias (POP). O potencial deambulatório foi clinicamente examinado em todos os pacientes e 10 pacientes foram avaliados com análise completa em laboratório de marcha.
Resultados:
O acompanhamento mínimo do POP foi de 2 anos (2006-2016). Em nove pacientes foi realizada a instrumentação até a pelve quando a obliquidade era maior que 15°; os demais pacientes foram tratados pelos mesmos critérios de nível de fusão aplicados à escoliose idiopática. Todos os pacientes mantiveram a marcha, com melhoras do balanço coronal e sagital, e transferências e capacidade para sentar, aparência física e, em alguns casos, na velocidade da marcha.
Conclusões:
A instrumentação da coluna vertebral em pacientes deambulatórios com escoliose neuromuscular, incluindo procedimentos com extensão até a pelve, proporciona correção adequada e preserva a função deambulatória. Nível de evidência III; Estudo retrospectivo de caso-controle.
Descritores:
Paralisia cerebral; Escoliose; Encefalopatias