RESUMO
Objetivo:
A Paralisia Cerebral espástica (PCe) é uma das causa de escoliose precoce,, embora não existam dados da prevalência. Nosso objetivo foi determinar a prevalência das deformidades espinhais (DE) neuromusculares de início precoce em crianças PCe severamente comprometidas.
Métodos:
Estudo quantitativo transversal, exploratório e descritivo, observacional. Revisão de prontuários. Critérios de inclusão: idade 2 a 5 anos, PCe, nível V do GMFCS, domiciliado na nossa província. Leitura cega das radiografias por 2 observadores. Foram utilizados o teste T de Student para dados paramétricos e, para o não-paramétricos, o chi-quadrado. Nível de significância estatística: p < 0.05.
Resultados:
38 casos de 158 achados foram incluídos. Idade média: 3 anos 7 meses (2 anos – 5 anos 2 meses). Sexo: 21 homens/17 mulheres. Predominaram as causas perinatais: 21 (55,3%), e o estado nutricional prevalecente foi o eutrofico: 28 casos (73,7%). A DN foi muito frequente: 32 casos (84,2%), e nenhuma diferença estatística entre os sexos; houve 20 cifoescoliose, 6 escolioses, 1 lordoescoliose, 5 hipercifose. Valores médios angulares: 23.9° (10°- 50°) para as deformidades frontais e 58° (9°- 92º) para as sagitais. Dezessete casos (44,7%) apresentavam obliquidade pélvica média de 15° (2°-30°); não há diferenças em pacientes com e sem DE. Não havia nenhuma associação entre a DE e etiologia, distúrbios digestivos, convulsões, estado nutricional e luxação dos quadris ou deformidades dos membros.
Conclusões:
A prevalência de DE em crianças de até 5 anos com PCE severa é alta: 84.2% (32/38 casos). O perfil ortopédico são todas crianças GMFCS V, de qualquer etiologia, com diferentes deficiências e independentemente das deformidades dos membros associados. Nível de evidência I; Estudos diagnósticos – Investigação de um exame para diagnóstico. Teste de critérios diagnósticos desenvolvidos anteriormente em pacientes consecutivos (com padrão de referência "ouro" aplicado).
Descritores:
Escoliose; Paralisia cerebral; Espastina