RESUMO
Objetivo:
Verificar se existe correlação entre a morfologia da curvatura da coluna cervical, a intensidade da dor, a incapacidade funcional e a amplitude de movimento em indivíduos com cervicalgia.
Métodos:
Foram avaliados 39 indivíduos, por meio de Raios x no plano sagital direito (método Cobb C1-C7 duas linhas), da escala visual analógica, do questionário Neck Disability Index e de um flexímetro. Foi realizada análise estatística descritiva (porcentagem, média e desvio padrão) e inferencial (teste t independente e coeficiente de correlação produto-momento de Pearson, α = 0,05).
Resultados:
Foram encontradas correlações significativas, que variaram de moderada a alta, entre a incapacidade funcional e a intensidade da dor (r=0,637; p<0,001) e a amplitude de movimento total (r=-0,568; p<0,001) e de extensão (r=-0,610; p<0,001); e, entre a intensidade da dor e a amplitude de movimento de extensão (r=-0,422; p=0,007). Quanto a morfologia da curvatura da coluna cervical, nenhuma das variáveis apresentou correlação significativa.
Conclusões:
A morfologia cervical, relacionada mais especificamente à curvatura no plano sagital, parece não interferir por si só no acometimento álgico, na funcionalidade e na amplitude de movimento. Em contrapartida, é possível afirmar que níveis mais elevados de dor geram uma menor amplitude de movimento cervical, especialmente de extensão, os quais, por sua vez resultam em maiores perdas funcionais, em indivíduos com cervicalgia. Nível de Evidência II; Estudos prognósticos – Investigação do efeito de característica de um paciente sobre o desfecho da doença.
Descritores:
Cervicalgia; Postura; Raios x