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ESPONDILODISCITE PIOGÊNICA: FATORES DE RISCO PARA FALHA TERAPÊUTICA E RECORRÊNCIA

RESUMO:

Objetivo:

Avaliar os fatores prognósticos associados à falha terapêutica e à recorrência na espondilodiscite piogênica (EP).

Métodos:

Um estudo de coorte histórica foi conduzido em um hospital brasileiro de referência nas doenças do sistema locomotor e do neurodesenvolvimento. Todos os pacientes com EP tratados entre janeiro de 1999 e dezembro de 2018 e acompanhados por pelo menos um ano foram incluídos. A EP foi definida com base em critérios clínicos, laboratoriais e radiológicos. Dados microbiológicos e desfechos clínicos ao final do tempo de seguimento também foram coletados e analisados.

Resultados:

Cinquenta pacientes (idade média 50,94 ± 15,84 anos, homem 76,00%) foram incluídos. Depois de doze meses de seguimento, a falha terapêutica foi observada em 24,00% (n = 12) e a recorrência em 18,00% (n = 09) dos pacientes. Entre os que curaram, sintomas residuais foram constatados em 50,00% (19/38). Nenhuma morte foi observada. Após análise multivariada, a falha terapêutica foi associada à prescrição de antibioticoterapia antes dos resultados de cultura (p = 0,0153), compressão medular (p = 0,0053) e déficits sensoriais (p = 0,0341). Além disso, a recorrência esteve associada a cirurgias não espinhais prévias (p = 0,0350) e à compressão medular (p = 0,0447).

Conclusão:

A EP causa morbidade significativa. O prognóstico depende principalmente da apresentação clínica na admissão, especialmente da existência de compressão medular, o que reforça a importância do diagnóstico precoce. Nível de Evidência II; Estudos de Prognóstico.

Descritores:
Discite; Prognóstico; Resultado do Tratamento

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