RESUMO
Objetivos:
Incluir ou não o nível L5-S1 nas artrodeses lombares de múltiplos níveis ainda não é consenso na literatura. A opção de preservar L5S1 mantem o segmento móvel e a possibilidade de um ajuste natural ao alinhamento sagital da coluna lombar artrodesada. Porém, uma fusão longa acima de L5S1 pode acelerar seu processo degerativo e uma extensão ao sacro pode ser necessária futuramente. Neste estudo avaliamos a sobrevida do nível L5S1 após fusão intersomática por via lateral (LLIF) de 3-4 níveis até L5 e tentamos identificar fatores de risco que possam guiar a seleção dos casos.
Métodos:
Estudo retrospectivo, em um único centro.
Inclusão:
pacientes submetidos a artrodese intersomática por LLIF de 3-4 níveis até L5 por doença degenerativa da coluna com ao menos cinco anos de seguimento.
Exclusão:
L5 sacralizada ou disco L5S1 anquilosado. Avaliamos a taxa de reoperação incluindo o disco L5S1. Revisamos as imagens pré-operatórias quanto: ângulo de Cobb coronal; lordose lombar; incidência pélvica; curva fracionada; classificações radiográficas de DDD (Weiner modificada e Pfirrman), além dos parâmetros demográficos. Tais parâmetros foram comparados entre o grupo caso (reoperados) e grupo controle.
Resultados:
47 pacientes incluídos com uma taxa de sucesso de inclusão de 81%, idade média 69,1 anos, 83% mulheres, média de 3,2 níveis operados. Taxa de sobrevida do nível L5S1 foi de 89,6% em cinco anos de seguimento. Não encontramos significância estatística entre os grupos nos parâmetros avaliados.
Conclusão:
A taxa de sobrevida de L5S1 foi de 89,6% após LLIF de 3-4 níveis até L5 em cinco anos de seguimento. Estaticamente não foram encontrados fatores de risco que justifiquem inclusão pré-operatória de L5S1. Nível de Evidência III; Estudo Retrospectivo.
Descritores:
Coluna Vertebral; Degeneração do Disco Intervertebral; Fusão Vertebral; Disco Intervertebral; Seguimentos