RESUMO
Objetivos
O objetivo deste artigo é analisar o perfil epidemiológico, com base em uma grande série de pacientes acometidos por trauma raquimedular no extremo sul do Brasil.
Métodos
Estudo retrospectivo que incluiu pacientes com trauma raquimedular realizado em um hospital terciário entre 1o de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2018. As variáveis analisadas incluem dados demográficos, informações referentes ao trauma (etiologia, mecanismo, tipo de lesão, número de vértebras envolvidas e segmento vertebral afetado), estado neurológico à internação (escala de Frankel), tratamento realizado e desfecho (dias de internação, resultado neurológico e mortalidade).
Resultados
Um total de 808 pacientes foram incluídos. A média de idade do grupo foi de 47,9 (± 19,0), sendo a maioria do sexo masculino e caucasiana. A etiologia mais frequente foi queda de altura (N = 508; 62,9%) seguida de acidentes de trânsito (N = 185; 22,9%). O segmento toracolombar foi o mais acometido, ocorrendo em 401 (52,1%) pacientes, seguido pelo cervical, torácico e lombar. A incidência de lesão raquimedular foi de 16,7%. O tratamento não cirúrgico foi indicado para 510 (63,1%) pacientes.
Conclusão
Os autores apresentam o maior perfil epidemiológico de trauma de coluna da América Latina, analisando um total de 808 pacientes, o que representa uma incidência de 134,6 casos / ano. Este artigo preenche uma lacuna da literatura médica no que diz respeito ao perfil epidemiológico desta doença na América Latina. Nível de evidência II; Estudo Prognóstico.
Traumatismos da Medula Espinal; Fraturas da Coluna Vertebral; Fraturas Ósseas; Epidemiologia