Resumo
Este artigo apresenta parte dos resultados de um estudo etnográfico que analisa as interfaces de gênero na indisciplina de crianças na faixa etária de 11 e 12 anos. Observamos que, embora os comportamentos disruptivos sejam protagonizados mais frequentemente pelos meninos, as meninas também transgridem as regras do jogo pedagógico, mas o fazem de maneira mais discreta e de acordo com formas incorporadas da estrutura da ordem escolar. Os resultados indicam que as noções de gênero e as formas de masculinidade e feminilidade orientam o comportamento de meninos e meninas, bem como interferem na percepção e, consequentemente, na maneira como os docentes lidam com a indisciplina na sala de aula, tendo como resultado a sustentação de divisões binárias de gênero.
INDISCIPLINA ESCOLAR; RELAÇÕES DE GÊNERO; MASCULINIDADE; FEMINILIDADE