1950-1960 |
Organização de movimentos culturais e políticos - União Nacional dos Estudantes (UNE) (Forproex, 2012, p. 18). |
Movimentos culturais e políticos que contribuíram para a formação de lideranças de que carecia o país (Forproex, 2012). |
Propagação da visão política da extensão universitária. Concepção de transformação, humanização e emancipação que vem da influência de Paulo Freire (Machado, 2019Machado, K. A. (2019). Formação docente e extensão universitária: Tessituras entre concepções, sentidos e construções [Tese de doutorado]. Universidade de Brasília, Programa de Pós-Graduação em Educação.). |
Período |
Diretivas |
Modelo de extensão |
Sentido/análise dos autores |
1966-1970 |
Criação do Centro Rural de Treinamento e Ação Comunitária (Crutac) e do Projeto Rondon - subordinação à Política de Segurança Nacional. |
Extensão de conhecimentos a partir de experiências junto às comunidades rurais. |
Integração da universidade ao contexto regional (Nogueira, 2019Nogueira, M. D. P. (2019). A participação da extensão universitária no processo de descolonização do pensamento e valorização dos saberes na América Latina [Tese de doutorado]. Universidade Federal de Minas Gerais.). |
Promulgação da Lei Básica de Reforma Universitária (Lei n. 5.540, 1968). |
“As universidades e as instituições de ensino superior estenderão à comunidade, sob a forma de cursos e serviços especiais, as atividades de ensino e os resultados das pesquisas que lhe são inerentes” (Lei n. 5.540, 1968, grifos nossos). |
Nuances da passagem da concepção eventista inorgânica para a processual orgânica (Machado, 2019Machado, K. A. (2019). Formação docente e extensão universitária: Tessituras entre concepções, sentidos e construções [Tese de doutorado]. Universidade de Brasília, Programa de Pós-Graduação em Educação.). |
Criação, pelo Ministério da Educação (MEC), da Comissão Mista Crutac/MEC - campus avançado Minter. |
Criação de plano de trabalho destinado à institucionalização e ao fortalecimento da extensão. |
Ação do MEC por meio da qual houve a “ampliação da ação das universidades, inserindo o corpo docente no desenvolvimento das ações de extensão” (Anjos, 2014Anjos, M. D. C. R. (2014). Fronteiras na construção e socialização do conhecimento científico e tecnológico: Um olhar para a extensão universitária [Tese de doutorado]. Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica., p. 35). |
1970-1988 |
Criação do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (Forproex, 2012). |
Extensão como trabalho interdisciplinar que favorece a visão integrada do social (Forproex, 2012). “Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, Art. 207). Extensão como processo educativo e interdisciplinar. |
“Criação a partir da necessidade de institucionalização, já que havia uma forma diferenciada, tanto para o financiamento quanto para as diretrizes” (Nogueira, 2019Nogueira, M. D. P. (2019). A participação da extensão universitária no processo de descolonização do pensamento e valorização dos saberes na América Latina [Tese de doutorado]. Universidade Federal de Minas Gerais., p. 38, grifo nosso). Gatti (2019Gatti, J. P. (2019). Extensão universitária no Brasil: A experiência formativa na área de educação da UFSCar [Tese de doutorado]. Universidade Federal de São Carlos.) destaca o sentido polissêmico que está no cerne do conceito de extensão. Para o autor, a forma de fazer referência à extensão - processo, instrumento e trabalho - tem sido reformulada e ampliada, o que garante a “percepção de que a extensão deve ser compreendida como elemento identificador da universidade de modo que as interações estabelecidas são capazes de promover transformações no meio social e na própria instituição” (Gatti, 2019, p. 92). |
1990-2001 |
Inclusão na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - Lei n. 9.394 (1996). |
A extensão como uma das finalidades da universidade. |
Anjos (2014Anjos, M. D. C. R. (2014). Fronteiras na construção e socialização do conhecimento científico e tecnológico: Um olhar para a extensão universitária [Tese de doutorado]. Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica.) aponta que é necessário assumir que esse processo não é unilateral. Ele deve ser construído numa “relação de reciprocidade em que os contextos sejam valorizados em um movimento dialético permeado pela realidade social e pela experiência do pensar e fazer” (Anjos, 2014, p. 71). |
Plano Nacional de Educação (PNE 2001-2010), por meio da Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. |
Institui que “no mínimo 10% do total de créditos para a graduação no ensino superior no país será reservado para a atuação dos estudantes nas ações extensionistas” (Lei n. 10.172, 2001). |
É necessário reconhecer como uma conquista do Forproex, uma vez que essa é uma das primeiras das 12 ações classificadas como necessárias para a redefinição das políticas públicas voltadas para o apoio e fomento dessas ações. Outro ponto a destacar é que essa inclusão no PNE obrigou as instituições não só a repensar os currículos, mas, também, a rever a concepção da indissociabilidade da extensão. |
Período |
Diretivas |
Modelo de extensão |
Sentido/análise dos autores |
2002-2020 |
Atualização do Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020, Projeto de Lei n. 8.035 - B/2010, transformado na Lei Ordinária n. 13.005 (2014). |
Referência à forma dos programas e projetos e a articulação das atividades às áreas de pertinência social (Lei n. 10.172, 2001). |
Para Machado (2019Machado, K. A. (2019). Formação docente e extensão universitária: Tessituras entre concepções, sentidos e construções [Tese de doutorado]. Universidade de Brasília, Programa de Pós-Graduação em Educação.), esse plano aponta para a oferta de cursos de extensão, com características acadêmicas, primando por educação continuada. |
Resolução n. 7 (2018) - Conselho Nacional Educação (CNE) / Câmara de Educação Superior (CES), que estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei n. 13.005 (2014). |
No Projeto de Lei n. 8.035/2010, entre as estratégias para o ensino superior, são assegurados 10% de créditos curriculares. Essa proposição aponta para um modelo de extensão curricularizada, que consiste na garantia de inserção no projeto pedagógico dos cursos. Busca pela consolidação dos objetivos pactuados ao longo da existência do Forproex - a Política Nacional de Extensão Universitária. Atualização do conceito e das diretrizes da extensão. |
O sentido atribuído por Ribeiro (2019Ribeiro, R. M. C. (2019). As bases institucionais da política de extensão universitária: entendendo as propostas de universidades federais nos planos de desenvolvimento institucional. Revista Internacional de Educação Superior, 5, Artigo e019021. https://doi.org/10.20396/riesup.v5i0.8652870 https://doi.org/10.20396/riesup.v5i0.865...
) é de que a política de extensão universitária remete ao cumprimento da função social e educacional, de formação acadêmica. Sendo de caráter teórico-prático, possibilita uma forma participativa e dialógica. Dessa maneira, “a atribuição de créditos curriculares passa a ser um amplo processo de flexibilização curricular” (Nogueira, 2005Nogueira, M. D. P. (2005). Políticas de extensão universitária brasileira. UFMG., p. 45). Na estruturação, concebe a extensão no currículo, ultrapassando a ideia de curricularizar - como encaixe - porque já a articula à pesquisa, portanto é processo de construção de conhecimento. Pontos a destacar: a concepção político- -educacional que antecede o termo. Inserção das expressões “instituições de ensino superior, produção e aplicação do conhecimento”. |