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As sete meninas: reflexões sobre mulheres, experiência e efeitos jarawara

The Seven Girls: Thoughts on Jarawara Women, Experience and Effects

Resumo

A partir de minha etnografia com os Jarawara, povo falante de uma língua Arawá e habitante do médio curso do rio Purus, este artigo visa refletir sobre a festa de saída das meninas em reclusão, o mariná, e seus efeitos na composição de uma agente “levável”. A ideia aqui desenvolvida é que a “sonolência” (nokobisa), o “cansaço” (mama) e a “beleza” (amosa) são formas de ações rituais que visam extrair dos corpos das mulheres suas capacidades de serem “leváveis” (towakama), de “serem carregáveis” (weyena). Essas qualidades estariam igualmente associadas aos xamãs que, após o consumo de rapé, são carregados nas costas de seus filhos-planta e experimentam relações com diversos tipos de seres no neme (a “camada superior”) – seres que também encontram em seus sonhos. Procurarei assim pensar como uma certa noção de agência das mulheres jarawara pode estar vinculada à atividade onírica e ao conhecimento xamânico.

Mulheres Indígenas; Etnografia; Teoria de Gênero; Agência; Ritual

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