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Apresentação

Apresentação

Na sua apresentação ao dossiê "Famílias em movimento", Claudia Fonseca aponta algumas questões cruciais para a análise da família – famílias – nesse início do século 21: as janelas teóricas que os artigos representam mostram que a discussão sobre um tema tão antigo nas ciências sociais tem repercussões contemporâneas extremamente instigantes. A mobilidade das famílias, nos contextos nacional e internacional, sugere que tanto a reprodução como o parentesco, velhos conhecidos das pesquisas sociológicas e antropológicas, retornam, assumindo outros valores, à cena discursiva e podem render uma discussão estimulante.

Na seção "artigos", a discussão da família retorna, com Guita Grin Debert e Marcella Beraldo de Oliveira que acompanham as formas diferenciadas de receber, e tratar, as denúncias das violências sofridas por mulheres nas Delegacias de Mulheres e nos Juizados Especiais Criminais. Carin Klein aponta para a centralidade que a família adquire na propaganda governamental do Programa Bolsa Escola.

A distinção entre público e privado, que era importante num determinado momento da análise feminista, reaparece na análise de Graciela de Souza Oliver e Silvia F. de M. Figueirôa. Apesar de mostrar a parca presença das mulheres no meio científico, nas décadas de 1930 e 1940, as autoras refletem sobre os significados, para as próprias mulheres e para as instituições, dessa inserção em lugares onde apenas os homens falavam de maneira confortável, marcando a separação entre esses domínios.

Essa separação é central nos contos de Nelson Rodrigues – publicados no jornal Última Hora, durante a década de 1950 – analisados por Beatriz Polidori Zechlinski. A promoção do desenvolvimento das potencialidades da mulher, dentro e fora do âmbito familiar, é apontada por Cecília Vieira do Nascimento e Bernardo J. Oliveira, através da análise do semanário O Sexo Feminino (1873-74).

A seção "Resenhas" abre com a leitura de Pedro Paulo Gomes Pereira sobre a relação intrínseca entre gênero e violência proposta por Rita Segato. Juliana Perucchi e Karla Adrião, assim como Marília da Mata Machado, apresentam livros que tratam da unidade/pluralidade do sujeito "mulheres" no cotidiano do movimento feminista e da polissemia do feminino. Larissa Pelúcio coloca em cena imagens de corpos não convencionais pesquisados por Jorge Leite Jr., evidenciando as "maravilhas do sexo que ri de si mesmo".

Comitê Editorial

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Nov 2007
  • Data do Fascículo
    Dez 2007
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