Resumo
O artigo analisa a constituição de sentidos “familiares” e da ideia de “comunidade”, entre homossexuais, em dois bares localizados em regiões “periféricas” das cidades de São Paulo e Belém. Resultado de uma pesquisa de doutorado em antropologia sobre disputas socioespaciais, mobilidades e sociabilidades, trata-se de um esforço em: I - interpelar situações que estimulam exercícios de pertencimento e reciprocidade entre proprietárias/os e clientes, com vistas a materializar a produção de repertórios afetivos; II - perscrutar a ideia de “comunidade” acionada através de economias “informais” e de um vislumbramento protetivo (sensação de acolhimento e segurança). Notei, portanto, que a mobilização de repertórios afetivos nos bares é um modo de operar relações socioespaciais balizadas pela pessoalidade, sobretudo porque tais espaços não funcionam meramente como vetores de consumo e diversão, além de serem percebidos, dependendo do grau de proximidade, como espaços (co)extensivos não circunscritos a limites físicos.
“Periferias” Urbanas; Homo)sexualidades; Afetividades (co)extensíveis; Espaços de Sociabilidade