Resumo
A partir da pesquisa de campo realizada com as imigrantes brasileiras no Japão que aspiram a trabalhar como maquiadoras, descrevo os processos em que “o corpo brasileiro” se apresenta como o “ocidental” em comparação com o “oriental”. Nesse processo, é criada uma nova hierarquia, que coloca as brasileiras em um patamar superior ao das japonesas, contrária à hierarquia econômica existente entre os dois países e a de classe social, na qual as brasileiras são menos favorecidas. Este artigo tenta captar como a produção desse “corpo brasileiro”, que se entrelaça com consumo, classe social, gênero e raça, cria entre essas imigrantes uma tentativa de inversão da posição subordinada ocupada por elas no Japão e compreender quais são os efeitos dessa produção em suas subjetividades.
Imigração Brasileira; Japão; Consumo; Corpo; Maquiagem