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Mulheres não são imigrantes passivas e nem vêm a reboque: feminização da imigração, trabalho e arranjos domésticos de portuguesas em uma capital da Amazônia (Belém, c.1850 - c.1930)

Resumo

Neste artigo, discuto a feminização da imigração portuguesa para uma capital amazônica, Belém, entre 1850 e 1930, na perspectiva dos estudos feministas que levam em conta as categorias de classe social, gênero, sexualidade e raça. Meu objetivo é analisar a experiência das mulheres imigrantes a partir do fluxo de deslocamento, do trabalho e dos arranjos domésticos, questionando a noção de passividade e de acompanhante que lhes é atribuída, bem como a subordinação de seu trabalho. Concluo pontuando que a hierarquia de gênero e sexualidade reforça estereótipos que subalternizam a imigração feminina na História e na Historiografia. Por sua vez, a racialização positivada do corpo da mulher branca europeia foi acionada como contraponto às brasileiras. Metodologicamente, realizo o jogo de escalas da micro-história, associando à análise quantitativa o estudo de redes sociais.

Amazônia; Feminização da imigração; Portuguesas; Trabalho; Arranjos domésticos

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