Crum (1988)Crum, Bart. A Critical Analysis of Korfball as a" Non-Sexist Sport". International Review for the Sociology of Sport (23), Thousand Oaks, 1988, pp. 233-241.
|
Investigar se o corfebol corrobora a afirmativa da Federação Internacional de Corfebol (IKF), a qual afirma ser o esporte um passaporte para a coeducação |
-Gestão esportiva fortemente masculina – mulher sub-representada em cargos menores; -Quanto ao status do jogador em relação à maior pontuação, os dados para as equipes mostraram igual distribuição de posições de status para ambos os gêneros. -As mulheres tendem a rejeitar a ideia da superioridade masculina no esporte enquanto os homens tendem a concordar com a ideia. -Quanto às atitudes, os jogadores homens de corfebol têm maior respeito pelas mulheres no esporte. |
-Os esportes coeducacionais, como o corfebol, podem auxiliar na minimização do processo de segregação sexual no esporte, a qual ainda prevalece nos esportes tradicionais. -O sistema tático do corfebol favorece a divisão igual de funções entre os gêneros dentro do jogo. -A elevação do estatuto do desporto feminino e a humanização do esporte têm mais chances em um esporte coeducacional como corfebol, do que em outros esportes coletivos. |
Summerfield; White (1989)Summerfield, Karen; White, Anita. Korfball: A model of egalitarianism? Sociology of Sport Journal (6), Champaign, 1989, pp. 144-151.
|
Averiguar a afirmativa de que o corfebol praticado na Grã-Bretanha é um esporte igualitário |
-A análise dos documentos evidenciou que os homens são protagonistas, enquanto as mulheres assumem posição secundária. -A produção cientifica evidenciou que cerca de 55% dos artigos e 65% dos editores convidados foram escritos por homens, comparado com 18% e 12% pelas mulheres. -Os cargos de gestão ainda são ocupados pelo público masculino, 2 para 1, ficando as mulheres sub-representadas. -Foi evidenciado, que no Korfball da Grã-Bretanha, todas as equipes tinham homens como capitães e treinadores e que a desigualdade de gênero é fortemente presente em vários segmentos do jogo. -As capacidades físicas masculinas sobressaíram às femininas. |
-A desigualdade de gênero foi percebida em todas as linguagens e materiais ilustrativos dos documentos analisados, revelando que no esporte, o papel masculino é proeminente em relação à mulher. -Tanto os jogadores de corfebol, quanto os técnicos e treinadores, necessitam criar políticas e estratégias que assegurem a igualdade de oportunidades entre os gêneros. -As relações de poder patriarcal ainda sobressaem quando se fala de jogos com equipes mistas. A superioridade masculina no esporte ainda corrobora para práticas de exclusão e subordinação da mulher no esporte. |
Acker et alii (2010) |
-Investigar o potencial de formas de jogo modificadas para promover a equidade entre os sexos no envolvimento com a atividade física dos alunos de 13 anos durante lições de coeducação. -Comparar os níveis de MVPA (moderate to vigorou physical activity) entre aulas separadas por sexo e coeducacional com e sem agrupamento de habilidades. |
-Constatou-se a promoção da igualdade de condições usando formas de jogo modificadas, fornecendo quantidades iguais de feedback e comentários positivos para ambos os sexos, o corfebol torna-se uma atividade adequada, no sentido de estimular os níveis MVPA das meninas dentro das aulas coeducativas. -Os resultados mostraram que a porcentagem de MVPA foi significativamente maior entre meninas (69,9%) quando comparadas aos meninos (56,8%) e esse foi o caso de todos os contextos. -Para o grupo formado com apenas um tipo de sexo, 55,0% das gravações de frequência cardíaca excederam o valor limiar para MVPA; para aulas coeducativas com e sem agrupamento de habilidades, as porcentagens foram significativamente maiores com valores de 68,1% e 65,5%, respectivamente. -O nível mais baixo de MVPA médios dos meninos pode estar relacionado aos aspectos motivacionais. É possível que os meninos foram menos receptivos quanto a trabalhar um esporte, como o corfebol, que prega a igualdade de oportunidades pois se sentiram ameaçados quanto a exercer o papel de liderança numa atividade neutra. |
-Constatou-se que os jogos de invasão modificados produziram um envolvimento maior na atividade física por parte dos alunos. Estes resultados suportam a sugestão de que o uso de formas de jogo modificadas tem o potencial de atingir os objetivos da atividade física no contexto das aulas de Educação Física. -Concluiu-se que, sob condições específicas, jogos de invasão podem ser aplicados como um instrumento coeducacional para elevar os níveis MVPA, os quis correspondem com as diretrizes de atividade física para ambos sexos. -O corfebol se mostrou ser uma atividade que possibilita a igualdade de oportunidades entre os sexos. |
Bottenburg; Vermeulen (2011)Bottenburg, Maarten van; Vermeulen, Jeroen. Local korfball versus global basketball: A study of the relationship between sports' rule-making and dissemination. Ethnologie Française (41), Paris, 2011, pp. 633-643.
|
Investigar a razão de o corfebol, mesmo sendo semelhante ao basquete em vários pontos, manter-se como um esporte local em seu país de origem, enquanto o basquete experimentou um boom global. |
-O basquete se espalhou pelo continente americano e pelos países da América do Sul antes da primeira guerra mundial e o corfebol se limitou a Europa; -Os professores holandeses não promoveram o corfebol internacionalmente e, até a segunda guerra mundial, o corfebol não havia saído do continente europeu; -As atitudes propagadas pelo corfebol o tornaram único, assim como as premissas em relação às questões de igualdade entre os gêneros; -Os processos ligados à esportivização, globalização e comercialização ainda não corroeram as estruturas e alicerces sobre os quais o corfebol ainda se sustenta; |
–Concluiu-se que o diferencial para que o basquetebol atingisse níveis globais em relação ao corfebol, é em suma, graças às diferenças nos contextos sociais e culturais. Os esportes e suas regras são adaptados conforme valores sociais vigentes na época. -Pela sua característica coeducativa, diferenciando da maioria dos esportes praticados por equipes divididas por gênero, o corfebol foi projetado intencionalmente por professores para alunos do sexo masculino e feminino nas escolas e passou a ser visto como uma opção esportiva diferente aos esportes tradicionais comercializados, como o futebol e esportes menos tradicionais no âmbito das escolas, como tênis e hóquei em campo. -Houve a mercantilização dos esportes altamente rentáveis, como futebol, basquete entre outros e o corfebol se prendeu às tradições. |
Gubby; Wellard (2015) |
Descobrir as maneiras em que as questões de gênero foram negociadas, contestadas ou recriadas numa equipe de corfebol júnior e examinar em que medida o corfebol contribui para a promoção da igualdade de oportunidade entre os gêneros. |
-Os dados foram analisados sob categorias: interpretações de gênero na quadra de corfebol; uniformes dos jogadores; questões relacionadas à masculinidade e feminilidade e as diferenças entre meninos e meninas. -Quanto ao formato de jogo, o corfebol parecia incentivar a igualdade entre os sexos na quadra. -Alguns jogadores acreditavam que os meninos tinham vantagens físicas no esporte e que, provavelmente, eram mais fisicamente assertivos ou agressivos que as meninas na mesma situação. -Alguns jogadores relataram que alguns esportes desenvolvidos nas aulas de Educação Física são de predomínio masculino e o corfebol parece ser uma resposta potencial para o problema. |
-Percebeu-se que a compreensão das questões relacionadas a gênero estava baseada em normas sociais tradicionais; quanto ao vestuário, os shorts-saia usados pelas meninas indicavam papéis sociais de gênero e os termos masculinidade e feminilidade e suas relações com atributos ou ações corporais foram identificados no estudo. -Quanto às diferenças, estas foram remetidas às características físicas e às características entre os esportes tradicionais. -Concebido para encorajar meninos e meninas a participar em condições equitativas, refutar a violência e formar um jogo igualitário, o corfebol se mostrou um esporte ímpar. |
Antônio Pereira et alii (2016a) |
Examinar as experiências de oito atletas de elite portugueses, valorizando as experiências subjetivas e qualitativas dos próprios esportistas e os principais agentes socializadores que desempenham um papel fundamental em seu sucesso esportivo, nos pontos altos e baixos em suas jornadas para o sucesso na carreira. |
-Categorias elencadas pelo estudo - agentes de socialização primária; os pais, os professores de Educação Física e treinadores, amigos. -Quanto aos pontos fortes do esporte, estes são caracterizados pelas vitórias, no entanto, funcionam em curto prazo, já o sacrifício e a dedicação são elementos que, em longo prazo, promovem o sucesso na carreira esportiva. -Quanto aos pontos fracos, não obter resultados (incluindo derrotas esportivas) e experiências de lesões. |
-Os picos e as vagas percebidas das carreiras dos ex-atletas de elite giravam em torno do sucesso competitivo, derrota / perda e falha em alcançar os resultados previstos e o início e efeitos da lesão. -A valorização dos relatos de ex-atletas e suas experiências de vida, relacionadas ao esporte, servem de pano de fundo para as novas gerações de atletas, as quais podem se orientar e aprender sobre suas capacidades, via aspectos subjetivos evidenciados nos relatos. -Importância de mais pesquisas qualitativas, sob o viés da sociologia do esporte, haja vista que, a grande maioria dos trabalhos, valoriza aspectos biomecânicos e fisiológicos. |
Paixão (2017)Paixão, Jairo Antônio. Corfebol na escola: uma proposta extracurricular de práticas pedagógicas por acadêmicos do curso de licenciatura em educação física. Scientific Electronic Archives (10), Sinop, 2017, pp. 96-103.
|
Relatar a vivência de uma proposta de práticas pedagógicas por acadêmicos do curso de licenciatura em Educação Física, vinculados ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência da Universidade Federal de Viçosa, numa escola da rede pública estadual na cidade de Viçosa, MG. |
-A prática intervencionista resultou em pontos positivos no que tange à inserção de uma nova modalidade no contexto escolar; -Destacaram a importância do planejamento coletivo e a preparação de ações pedagógicas, evitando situações imprevisíveis; -As questões de gênero trabalhadas com os acadêmicos em relação ao corfebol instigaram reflexões e situações que ocorriam durante os momentos de intervenção na escola. |
-O corfebol promoveu inúmeros desafios, como também proporcionou experiências e aprendizagens acerca do referido esporte, pouco difundido no Brasil e, por conseguinte, nas aulas de Educação Física. - No tocante às questões de gênero, percebeu-se que, nas discussões nas reuniões com o grupo, sobre situações ocorridas durante a intervenção, a superioridade masculina não se concretizou, devido ao esporte promover a igualdade de oportunidades entre os gêneros, assim como, pelas meninas, que se viram interagindo com os meninos durante a experiência. |