Resumo
Idosos fragilizados e seus cuidadores são praticamente invisíveis nos circuitos representacionais (filmes, romances, fotografia, televisão, internet, jornais), sendo os idosos habitualmente desconsiderados como não cidadãos, e seus cuidadores geralmente não cidadãos dos Estados-nação em que trabalham. Como dar visibilidade ao que é um escandaloso segredo público da vida cotidiana, pois o cuidado dos idosos se torna cada vez mais uma questão de mercado global em nossas economias neoliberais? Este ensaio explora a representação de cuidadores e idosos, juntos, em fotografias, memórias, notícias e filmes documentais, sugerindo que uma das formas mais eficazes de reivindicar mudanças em políticas públicas é promover a compreensão das pessoas por meio de histórias e imagens. Neste estudo eu levo em conta histórias do viver assistido envolvendo idosos, que são brancos, e cuidadores remunerados, não brancos, gênero feminino e parte das cadeias globais de cuidado; essas histórias incluem o artigo do escritor estadunidense Ted Conover, Os últimos melhores amigos que o dinheiro pode comprar1 1 No original em inglês, “The Last Best Friends Money Can Buy”. (1997), publicado no New York Times Magazine, e o documentário “Bonecas de Papel”2 2 No original em inglês, “Paper Dolls”. (2006). De importância fundamental é o sentimento de parentesco que emerge conforme novas formas de família tomam forma.
Cuidadores; Idosos Fragilizados; Gênero; Raça; Cadeias Globais de Cuidado; Representação; Memórias; Documentário; Reivindicação