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A maternidade como resistência à violência de Estado* * Agradeço, primeiramente, ao movimento de mães e familiares de vítimas da violência de Estado, no Rio de Janeiro, cuja luta por justiça tenho acompanhado de perto nos últimos anos, pela interlocução e pelo que tenho aprendido. Agradeço também a Marta Fernández, Carla Rodrigues e James Casas Klausen pelas riquíssimas contribuições, aos colegas do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio pelas importantes observações feitas em um seminário de pesquisa no qual este texto foi apresentado. E, por fim, agradeço aos pareceristas anônimos pelo trabalho cuidadoso, pedagógico e estimulante com meu texto.

Motherhood as Resistance to State Violence

Resumo

Este trabalho analisa o movimento de mães que perderam seus filhos, assassinados por policiais militares nas favelas do Rio de Janeiro, como um dos efeitos perversos da política de pacificação das favelas. A luta das mães pela responsabilização e pelo reconhecimento do Estado brasileiro pelas mortes de seus filhos as inscreve em um movimento que mobiliza a maternidade como símbolo central para o engajamento político. É sobre os limites e ambivalências da maternidade que as mães mobilizam as condições para catalisar um espaço de aliança e resistência. A violência perpetrada sobre os filhos também atinge essas mulheres, cujos corpos maternos se tornam protagonistas no enfrentamento à violência de Estado.

Mães; Maternidade; Corpo; Violência; Estado

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