Entre 1989 e 1993, na cidade de Altamira (PA), 26 crianças desapareceram, foram assassinadas, sequestradas e/ou mutiladas na genitália. Esse caso, conhecido como o "caso dos meninos emasculados" suscitou grande repercussão nas mídias nacional e internacional. Certas características desses crimes contribuíram para sua representação de evento único, diferente de outros casos de violência contra crianças que ocorrem no Pará e em outras partes do Brasil. O artigo busca analisar a centralidade da lesão corporal que foi classificada como "emasculação" na própria repercussão dos crimes, nas ações da medicina e nas propostas de "reparação" à violência sofrida.
Sexualidade; Infância; Medicina; Justiça e Direitos Humanos