RESUMO:
Descreve-se os aspectos epidemiológicos, clínicos, patológicos e bacteriológicos da pleuropneumonia por Mannheimia haemolytica em caprinos, após transporte prolongado. Quarenta caprinos transportados da região Nordeste para a região Sul do Brasil morreram durante a viagem ou 2-3 dias após o desembarque. Clinicamente, observou-se dispneia, secreção nasal mucopurulenta e tosse. Na necropsia foram coletados múltiplos fragmentos de órgãos para análises histopatológicas e identificação do agente envolvido. Todos os pulmões apresentaram consolidação pulmonar predominantemente em região cranioventral, associada à deposição acentuada de fibrina, espessamento e aderência pleurais em 90% dos casos. Histologicamente, havia pleuropneumonia fibrinossupurativa caracterizada por infiltrado neutrofílico difuso associado à fibrina. Colônias não hemolíticas [85% (34/40)] e hemolíticas [15% (6/40)] foram obtidas pelo isolamento bacteriológico. Mannheimia spp. foi isolada em 26 amostras, os quais posteriormente foram confirmados como Mannheimia haemolytica (99% de identidade), pela amplificação e sequenciamento parcial do gene 16S rDNA. O estresse pode favorecer o desenvolvimento de pleuropneumonia bacteriana em caprinos, e cepas não hemolíticas de M. haemolytica podem causar doença em animais com imunodepressão acentuada.
Palavras-chave:
doenças de caprinos; doenças respiratórias; patologia; PCR