A atividade predatória de fungos nematófagos e o desenvolvimento de estádios pré-parasitários de nematódeos estrongilídeos são influenciados pela temperatura. O efeito de diferentes temperaturas constantes na atividade predatória dos fungos Arthrobotrys oligospora e Duddingtonia flagrans sobre as fases larvares de vida livre dos nematódeos ciatostomíneos foi avaliado em um experimento onde fezes de cavalos contendo ovos de parasitos foram tratadas com fungos e incubadas em diferentes temperaturas constantes (10°C, 15°C, 20°C, 25°C e 30°C). Os resultados indicaram que a temperatura ótima de desenvolvimento de ovo até L3 foi de 25°C. A 10°C o número de L3 recuperado foi praticamente zero e a 15°C e 20°C os percentuais obtidos foram inferiores a 3% do total do número de ovos por grama de fezes. Quando estes cultivos foram incubados por um período adicional de 14 dias à 27°C permitiram o desenvolvimento até L3. Em todos os cultivos inoculados com fungos, quando as larvas estavam presentes, houve redução significativa no número de larvas atribuído à ação predatória dos fungos. A 25°C e 30°C os fungos ocasionaram reduções acima de 90% no número de L3. Os cultivos mantidos à 10°C, 15°C, 20°C, 25°C e 30°C quando incubados por um período adicional de 14 dias na temperatura controle, mantiveram percentuais de redução larvar superior a 90% para o fungo A. oligospora, o mesmo não ocorrendo para D. flagrans, que apresentou percentuais de 47,5% e 41,8% quando estimulado a 10°C e 20°C, respectivamente. Esses fungos demonstraram ser eficientes na redução do número de L3 quando adicionados a fezes de eqüinos nas mesmas temperaturas ideais para o desenvolvimento dos estádios larvares pré-parasitários.
Arthrobotrys oligospora; Duddingtonia flagrans; fungos nematófagos; cyathostominae; controle biológico