RESUMO:
O ensino de anatomia vem se modificando ao longo dos anos, introduzindo métodos tecnológicos, principalmente após o período pandêmico. Questiona-se o uso exclusivo da tecnologia em comparação aos métodos tradicionais de dissecação e aulas teóricas presenciais no que diz respeito à aquisição de conhecimento. Este artigo analisou a percepção de conhecimento de alunos de diversos semestres do curso de Medicina Veterinária, comparando alunos que tiveram aulas apenas online com aqueles que tiveram aulas presenciais de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos. Para tanto, questões foram enviadas por meio de formulário, com preenchimento voluntário e anônimo, e posteriormente analisadas estatisticamente. Os resultados indicam que 11,5% dos alunos que cursaram a disciplina remotamente falharam na aplicação dos conhecimentos em outras disciplinas, enquanto nenhum aluno do ensino presencial relatou o mesmo. A maioria dos alunos, tanto dos grupos remotos quanto dos presenciais, lembram-se do assunto, mas revisam o conteúdo com frequência. Em relação ao conhecimento teórico, o grupo online (80,8%) compreendeu melhor à medida que o curso avançava, comparado a 59,6% do grupo presencial. A ligação entre Anatomia e outras disciplinas foi mais destacada pelo grupo presencial (30,8%) em comparação ao online (15,4%). Ambos os grupos concordam que o contacto físico com peças anatômicas é essencial, mas alguns consideram possível ter um primeiro contacto com imagens ou fotografias 3D. Baseado nesse estudo preliminar, conclui-se que as interações iniciais com a área de Anatomia devem incluir técnicas pedagógicas diversificadas com comunicação empática. A utilização de recursos tecnológicos modernos é um aliado do processo de ensino-aprendizagem, e após a abstração dos conteúdos é possível o uso singular da tecnologia na manutenção e atualização do conhecimento anatômico.
Palavras-chave:
ensino presencial; metodologia; morfologia; ensino online