RESUMO:
A cardiotoxicidade induzida pela doxorrubicina gera disfunção sistólica e remodelamento miocárdico, com presença de miofibroblastos. Acredita-se que essas células sejam atraídas para a não evolução do quadro de insuficiência cardíaca congestiva. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a função sistólica gerada pela doxorrubicina por meio da ecodopplercadiografia e correlacioná-la com a presença de miofibroblastos no miocárdio. Foram utilizados 25 coelhos da raça Nova Zelândia, alocados em dois grupos (controle e tratados com doxorrubicina). O fármaco foi administrado por seis semanas e a ecodopplercardiografia foi realizada no momento zero e após a última administração da doxorrubicina. A imunodetecção dos miofibroblastos foi realizada por imuno-histoquímica. Houve redução significativa na função sistólica, observada na ecodopplercardiografia e aumento na imundetecção dos miofibroblastos nos animais tratados, na mesma intensidade no ventrículo esquerdo, septo interventricular e ventrículo direito. Houve correlação negativa significativa entre o número de miofibroblastos no septo interventricular e no ventrículo esquerdo com os índices de função sistólica, revelando que quanto mais miofibroblastos presentes, pior é a função sistólica de coelhos tratados com doxorrubicina. O aumento do número de miofibroblastos não foi suficiente para manutenção da função sistólica.
Palavras-chave: α-SMA; doxorrubicina; ecodopplercardiografia; coelhos