RESUMO:
São relatados dois surtos de tripanossomíase porTrypanosoma evansi , em cavalos no município de Chaves, Ilha do Marajó, Pará, Brasil. O primeiro surto ocorreu em abril de 2011 em uma fazenda com 147 cavalos, em que 47 (31,97%) adoeceram e 40 (27,21%) morreram. O segundo ocorreu em maio de 2012 e envolveu nove propriedades. De um total de 679 cavalos, 209 (30,07%) adoeceram e 183 (26,97%) morreram. Os principais sinais clínicos observados foram perda de peso, edema abdominal, emboletamento dos membros e atrofia da musculatura da região pélvica e membros posteriores. A necropsia foi realizada em dois cavalos, um de cada surto. O equino do primeiro surto não apresentou lesões macroscópicas, enquanto o segundo, do segundo surto, apresentava emagrecimento, palidez e icterícia, aumento do baço com protrusão da polpa branca ao corte. O sistema nervoso central de ambos os animais revelou uma leve à severa encefalite linfoplasmocitária, difusa, com presença de células de Mott. A imunohistoquímica paraT. evansi revelou estruturas similares a formas tripomastigotas nas lesões. Entre novembro e dezembro de 2013, um levantamento epidemiológico foi realizado nos municípios de Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari, Salvaterra, Soure e Chaves. Somente Santa Cruz do Arari e Chaves relataram casos da doença. Foram coletadas amostras de sangue de 243 equinos e realizada a reação em cadeia de polimerase (PCR) para a detecção do DNA de T. evansi das quais 20 foram positivas.
Palavras-chave: equídeos; tripanossomíase; Pará; Ilha de Marajó