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Levantamento de avifauna alojada nos Centros de Triagem de Animais Silvestres no estado da Bahia, período 2009 a 2019, com ênfase no tráfico

RESUMO:

O Brasil é um dos principais fornecedores de vida silvestre para o tráfico. Essa prática configura ameaça à biodiversidade brasileira, provoca extinção de espécies, sobretudo da avifauna, as principais vítimas do tráfico. O estudo objetivou analisar a avifauna silvestre recolhida nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do estado da Bahia, buscando quantificar as espécies mais apreendidas, ameaçadas de extinção e estimar os municípios que atuam como possíveis fornecedores e comercializadores de vida silvestre. Os dados disponibilizados pelas unidades de Salvador e Vitória da Conquista compreenderam o período de 2009 a 2019 e unidade de Porto Seguro, o período de 2010 a 2016. O levantamento foi realizado através dos registros de entrada de aves, considerando apreensões, entregas espontâneas, resgates e transferências entre unidades envolvidas no estudo. Foram recebidas 80.948 aves, sendo procedentes de apreensões 65.315 (80,68%); entregas voluntárias 7.885 (9,74%); resgates 6.196 (7,65%) e transferências 1.034 (1,28%). Não houve registro de modalidade de entrada para 518 (0,64%) espécimes. As espécies mais traficadas foram Sicalis flaveola (Canário-da-terra), Sporophila nigricollis (Papa-capim), Paroaria dominicana (Cardeal-do-nordeste), Cyanoloxia brissonii (Azulão), Sporophila caerulescens (Coleirinho) e Sporophila albogularis (Golinho). Identificou-se 926 espécimes com algum tipo de ameaça. A análise demonstrou que o maior fluxo de tráfico de aves ocorre nas BR 242 e BR 116. Os municípios que compõem as mesorregiões Centro-Sul, Centro Norte Baiano e a Região Metropolitana de Salvador são os que possuem maiores fluxos de atuação no comércio ilegal. Irecê e Paulo Afonso são áreas de captura e comercialização intensa de animais silvestres.

Palavras-chave:
aves; Bahia; comércio ilegal; municípios; rota do tráfico

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