RESUMO:
O estudo teve como objetivo determinar o período do ano para coletar sementes de ostras, definir o tipo de coletor e as condições ambientais que maximizam o recrutamento das sementes. As coletas foram conduzidas, durante 12 meses, no manguezal amazônico de macromaré em dois locais distintos: balsa (ponto I) e manguezal (ponto II). Em cada ponto de coleta foram utilizados três tipos de coletores (1) garrafas PET transparentes, (2) garrafas PET verdes e (3) forro de PVC, com três réplicas cada. As sementes foram contadas e medidas a cada 45 dias e os dados ambientais mensurados a cada duas semanas. As espécies de ostras foram identificadas por teste genético (PCR multiplex) com indivíduos aleatoriamente selecionados por coleta. Os resultados indicaram que a captura de sementes foi influenciada significativamente pelo tipo de coletor, localização e período de coleta (P<0,05, MANOVA) com recrutamento significativamente maior no coletor de PVC (P<0,05, teste de Tukey). O recrutamento ocorreu durante todo ano, sugerindo reprodução mensal, contudo, os meses de menor pluviosidade e maior salinidade foram melhores para coletar sementes, enquanto o período chuvoso, com menor salinidade, favoreceu um crescimento superior. O local de coleta em interação com variáveis ambientais, principalmente salinidade, apresentou efeito significativo sobre a fixação e tamanho das sementes de maneira que o ponto II obteve melhores resultados de fixação e o ponto I sementes de maior tamanho. A análise genética identificou duas espécies nativas (Crassostrea gasar e Crassostrea rhizophorae) em ambos os pontos (I e II).
Palavras-chave:
ostra do mangue; coleta de semente; variáveis ambientais