RESUMO:
Pombos urbanos são conhecidos pela sua capacidade de carrear e disseminar diversos agentes zoonóticos. Estudos tem sugerido que pombos são também relevantes na disseminação de estirpes resistentes a múltiplas drogas. No presente estudo, pombos no ambiente de um hospital veterinário foram amostrados em três diferentes períodos e testados para a presença de Escherichia coli patogênica, Salmonella spp., Staphylococcus spp. e Clostridioides (Clostridium) difficile. Isolados de E. coli de 19 pombos (40.4%) foram positivos para o gene codificador da toxina EAST1. O gene codificador de intimina (eae) do patotipo E. coli enteropatogênica foi encontrada em um isolado (2.1%). Salmonella spp. foi encontrada em nove pombos (19.1%), sendo todos isolados do primeiro período de captura (P < 000.1). S. Typhimurium foi isolado de seis animais e S. Heidelberg de três. A tipagem molecular de isolados de Salmonella spp. por ERIC-PCR demonstrou que oito estirpes possuíam alta similaridade genética entre si, sugerindo a ocorrência de um surto de salmonelose nos animais carreadores. Vinte Staphylococcus (42.5%) foram isolados de 18 animais (38.3%). Oito diferentes espécies foram detectadas, sendo S. xylosus a mais frequente. Duas estirpes de C. difficile não-toxigênica (4.3%) foram isoladas. Uma estirpe de S. Typhimurium, uma de S. aureus e um isolado de C. difficile foram classificados como resistentes a múltiplas drogas antimicrobianas. O presente estudo sugere que pombos capturados no ambiente do hospital veterinário podem atuar como reservatórios e disseminadores de bactérias patogênicas e envolvidas em infecção hospitalar, incluindo E. coli diarreiogênica e Staphylococcus sp., C. difficile e Salmonella spp multirresistente.
Palavras-chave:
Clostridioides (Clostridium) difficile; pestes; Staphylococcus; sinantrópicos