RESUMO:
Cavalos atletas devem apresentar higidez das vias respiratórias para que obtenham bom desempenho esportivo. Este estudo buscou verificar a incidência de alterações respiratórias em cavalos da raça Puro Sangue Inglês (PSI) de corrida em treinamento, aparentemente sadios. De acordo com o Estatuto do Consenso de Doenças Inflamatórias das Vias Aéreas revisado em 2016, o levantamento das alterações respiratórias em diferentes populações de cavalos é fundamental para o entendimento dessas enfermidades. Nesse sentido, foram examinados 72 equinos PSI em treinamento no Jockey Club Brasileiro (JCB), por meio de mensuração da pressão interpleural através da ventigrafia e endoscopia respiratória. Quando presentes nas vias aéreas, foram coletadas secreções por aspirado traqueal transendoscópico para realização de citologia. Os achados prevalentes foram a combinação de broncoespasmo e secreções traqueais onde, em 61% das lâminas, houve contagem de neutrófilos ≥20%. De um modo geral, um percentual significativo de cavalos apresentou sinais sugestivos de Doença Inflamatória das Vias Aéreas (DIVA), incluindo 47% com elevação na DPplmax, 11% com aumento no muco traqueal (score de muco ≥2) e 18% de edema de carina. Dentro da população estudada, essas alterações foram mais pronunciadas em animais de 2 anos. Esses achados reforçam a importância da investigação respiratória rotineira nos cavalos atletas indo ao encontro do que foi descrito em outras publicações. As alterações respiratórias subclínicas têm alta incidência em cavalos PSI em treinamento no JCB e existe uma associação significativa entre o muco traqueal (score ≥2), edema de carina, e elevação na DPplmax.
Palavras-chave: inflamação subclínica das vias aéreas; medicina esportiva; endoscopia; pressão interpleural; citologia