A irrigação com águas que contenham sais em excesso pode afetar de forma negativa o desenvolvimento das culturas. No entanto, estratégias de manejo devem ser utilizadas de modo a reduzir os impactos da salinidade, proporcionando aumento na eficiência do uso de água de boa qualidade. O objetivo deste trabalho consistiu em estudar os efeitos de uso de água de alta salinidade na irrigação, de forma contínua ou cíclica, sobre o crescimento vegetativo, a produtividade e o acúmulo de íons em plantas de milho. Foram realizados dois experimentos durante os meses de outubro a janeiro, em 2008/2009 e 2009/2010, na mesma área, adotando-se um delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições. A irrigação foi realizada com três tipos de água com condutividade elétrica (CEa) de 0,8 (A1), 2,25 (A2) e 4,5 (A3) dS m-1, combinadas em sete tratamentos, incluindo o controle com água de baixa salinidade (A1) durante todo o ciclo (T1). As águas salinas A2 e A3 foram aplicadas de forma contínua (T2 e T5) ou cíclica, sendo esse último manejo formado por seis irrigações com A1, seguidas de seis irrigações com A2 ou A3 (T3 e T6), iniciando com A1 na semeadura ou seis irrigações com A2 ou A3, seguidas por seis irrigações com A1 (T4 e T7). O uso cíclico de águas de baixa e alta salinidade resultou em menor absorção de íons potencialmente tóxicos (Na e Cl) e melhoria no balanço Na/K na parte aérea das plantas de milho. A aplicação de água salina de forma cíclica permitiu também a substituição de cerca de 50% de água de baixa salinidade na irrigação, sem impactos negativos sobre a produtividade do milho.
Zea mays L.; tolerância à salinidade; manejo de irrigação
