Avaliação da remodelação tecidual prostática em ratos expostos ao bisfenol A e aos fitoestrógenos genisteína e indol-3-carbinol durante o período perinatal

RESUMO:

O Bisfenol A (BPA) é um composto conhecido pela sua ação direta na próstata. A morfogênese prostática é um período crítico e a interferência de qualquer composto pode acarretar danos permanentes a este órgão. Dessa forma, o presente estudo avaliou os aspectos morfológicos resultantes da administração gestacional e lactacional ao BPA, indol-3-carbinol (I3C) e genisteína (GEN) em ratos machos pré-púberes. Fêmeas prenhes da linhagem Sprague-Dawley foram divididas em quatro grupos experimentais e receberam: C: Controle; B: BPA (10 µg/Kg); BG: BPA+GEN (5 mg/Kg); BI: BPA+I3C (20 mg/Kg) do dia gestacional 17 até o dia pós-natal (DPN) 21. Após a eutanásia no DPN22 a próstata foi coletada e processada. O BPA quando administrado isoladamente ocasionou redução do compartimento estromal em comparação ao grupo C (P = 0,039). Essa redução foi revertida nos grupos que foram submetidos à administração de GEN (P = 0,019) ou I3C (P = 0,017). Os grupos tratados com BPA (P < 0,0001) e os fitoestrógenos (P < 0,0001) apresentaram redução da altura epitelial quando comparados com o grupo C. Tais modificações encontradas nas análises estéreo-morfométricas não foram evidenciadas pela análise fractal (P = 0,569). Verificou-se aumento da área ocupada pelo colágeno nos grupos submetidos à administração de BPA (P < 0,0001) e fitoestrógenos (P < 0,0001) em relação ao grupo C. Com relação ao padrão de distribuição dessas fibras, a análise fractal revelou maiores valores em todos os grupos tratados (P < 0,0001). Assim, verificou-se que o BPA induziu remodelação no estroma prostático, sem influência dos fitoestrógenos, o que pode afetar o desenvolvimento glandular e provocar alterações histopatológicas na vida adulta.

Palavras-chave:
próstata; exposição ambiental; fitonutrientes; desregulador endócrino