RESUMO:
Os objetivos deste estudo foram descrever as práticas de manejo usadas em granjas leiteiras no sul do Brasil e compreender as percepções e atitudes dos agricultores acerca destas práticas. Granjas (n=135), localizadas nos 32 municípios do norte do Rio Grande do Sul (Alto Uruguai Gaúcho), foram visitadas e caracterizadas em relação a todas as práticas de manejo da bezerra através de inspeção e entrevistas com os agricultores. Em outro momento, foram realizadas 25 entrevistas em profundidade para entender as percepções e atitudes dos agricultores acerca destas práticas e a sua potencial influência sobre o bem-estar e desempenho das bezerras. A maioria dos entrevistados percebia o manejo da bezerra como de importância marginal para a atividade. Em geral, os agricultores não perceberam o bem-estar animal como relevante e as práticas de manejo adotadas eram baseadas em fatores práticos e econômicos. Estas conclusões são consistentes com as práticas usadas pelos mesmos agricultores, muitas das quais representam fatores de risco para o bem-estar, crescimento e sobrevivência das bezerras. Sete fatores, (autorresponsibilidade, ambição econômica, assistência técnica, sucessão familiar, vivências, especialização e comprometimento familiar) aparentaram influenciar as percepções, atitudes e escolhas dos agricultores acerca das práticas de manejo que afetam o bem-estar e desempenho das bezerras. Estes fatores devem ser considerados na concepção de programas que visam melhorar o manejo da bezerra leiteira.
Palavras-chave:
atividade leiteira; bezerra lactente; aleitamento; bovinos jovens