Governança da assistência farmacêutica |
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“Dei entrada (no processo). Passou muito tempo e eles me devolveram o processo... tinha que trocar (a prescrição) pela simples. Lá no paço eles não estavam atendendo receita particular e minha receita era do Ipasgo (plano de saúde)... sendo que eu já pegava aqui (por processo administrativo) e era credenciada do Ipasgo. É a mesma médica, que nunca mudou... esse negócio de trocar a receita é muito difícil. Você vai, você tem que ligar, marcar... sendo que o médico vai repetir só a receita.” G-Público “Essa questão da receita eu acho uma falta de praticidade. Por quê?... O pessoal vai pro Cais, ocupa espaço, perde tempo, perde o tempo do médico... tomar o lugar de alguém que poderia estar fazendo aquilo ali... Muitas vezes a peregrinação causa transtorno tanto para o paciente quanto para o governo... Se desse uma modernizada, gastava-se menos dinheiro, sobrava-se mais médicos.” Privado “Ela recebeu rápido... O problema que eu achei foi que na hora que deu entrada lá, o Ursacol que ela usa, não poderia ser só aquele nome. Teve que trocar a receita, tinha que ser ursacoluso (ácido ursodesoxicólico).” G-Público “O medicamento é de uso continuo... é para sempre, é até morrer!... Que esse cadastro exista, por exemplo, nas unidades, de modo que saiba que... no começo de todos os meses, fulano, fulano, fulano, estarão aqui buscando medicamentos... Então estejam prontos! Já mandem o relatório!... Na hora que digitar lá... Ok, seu medicamento está aqui, está reservado, quase com seu nome na caixa.” G-Público “Se eles facilitassem mais... essa distribuição, porque é tudo município... Por exemplo, aqui tem vezes que a gente não consegue pegar seringa. E lá no postinho do município tem seringa, mas eles não dão seringa porque eu não pego insulina NPH lá... Eu acho que é muita falta de fazer tudo num lugar só, de organização, até para economizar dinheiro, economizar tempo, economizar funcionário.” G-Privado “Eu acho errado todo mundo pegar (medicamento) aqui nessa farmácia. Poderia facilitar para todos os pacientes transportando para os postos de saúde, pegar nos postos de saúde mais próximo da nossa residência.” G-Privado “Deveria descentralizar isso (fornecimento de medicamentos pela via administrativa), ter mais unidades... Nós moramos razoavelmente perto, mas certamente tem gente que mora bem mais longe.” G-Público |
Governança do setor saúde |
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“Eu preciso do relatório médico, mas eu não consigo porque não tem médico aonde a gente mora... Tem que agendar no 0800... Se você ligar de um celular normal, não pode. Procurar um orelhão, você não acha. Entendeu? Nós enfrentamos muita dificuldade.” G-Público “A menina disse que eu precisava de uma receita recente e eu não tenho. Então eu acho que não vou conseguir pegar o remédio... vai ser muito difícil... e nisso os remédios que eles deram já acabaram.” G-Público “Se eles pedissem a receita, mas continuassem dando os remédios até você trazê-la, você não ficaria sem os remédios. Tem vez que eu marco consulta para minha mãe para daqui seis meses. Três meses sem tomar o remédio... ela não pode deixar de tomar nem um dia!” G-Público “Tanto a receita do SUS quanto a particular deveria ser aceita para pegar medicação. Por quê? Porque muitas vezes você vê o seu parente, seu pai morrendo lá e não tem o atendimento. Você chega lá para marcar sua consulta, marca para três, quatro meses, uma cirurgia daqui um ano... Na hora ali todo mundo desembolsa, a família junta para pagar uma consulta particular. Ai depois pega a receita e não tem condições de comprar uma medicação.” G-Privado “Eles deixam bem claro, tem que ser receita do SUS... eu acho errado porque a gente paga muitas vezes um plano não é porque a gente quer ser melhor do que os outros, é porque realmente a pessoa precisa... se ele (pai) passar mal e for pro SUS ele vai morrer. Então assim a gente faz de tudo, a gente abre mão de muita coisa pra poder dar esse plano.” G-Privado “Eu fazia o tratamento particular do meu filho, só que começou a ficar um custo muito caro. Comecei e voltei para a rede pública... só que não estava surtindo efeito como estava sendo no particular, então resolvemos voltar de novo... Não muito satisfeito eu pensei: Deve ter alguma forma de eu conseguir esse tratamento para o meu filho... que seja arcado pelo governo.” G-Privado “Se a pessoa chega a pagar um plano de saúde, é sinal que o Sistema Único não está funcionando, pelo menos da parte de médicos. Muita gente prefere pegar o medicamento no Sistema Único que apesar de demorado, você consegue.” G-Privado “Com esse negócio de PSF (Programa Saúde da Família) ou você é atendido naquele posto de saúde ou você não é atendido. Eu acho isso ruim, porque se uma pessoa saiu de um lugar e está passando no outro é por praticidade, é por estar mais vazio, pela educação de quem está te atendendo, pela qualidade do profissional que está trabalhando ali dentro... O governo tirou essa possibilidade de a pessoa escolher.” G-Privado “Aqui (Farmácia) tem dia que... é lotado... não tem funcionário... Tem concurso, mas não chama o pessoal. Aí falta funcionário e eles têm que desdobrar em dez pra fazer tudo aqui. A gente vê que não é eles... nunca fui mal atendida aqui... Eu acho que falta é o governo investir mais. Igual àquela vez que inundou... é um lugar que guarda remédio, tem que ter um carinho maior, porque esses remédios são muito caros... Eles têm que fazer o melhor, mas quando tentam fazer, não tem meios. Aí fica difícil!” G-Privado “Minha médica (particular) todo mês... faz uma palestra... de um assunto novo... Essa semana a gente teve uma palestra de um odontólogo falando de qual cuidado o diabético tem que ter com a boca. Então assim, é uma coisa que o governo tem disponível, tem um médico que sabe sobre isso, tem um odontólogo que sabe falar o que a gente tem que ter... A gente precisa procurar o serviço privado.” G-Privado “Quem é dono do dinheiro? Nós. Quem está administrando o dinheiro que fulano, fulano e fulano todo mês vem pegar tais medicamentos? Vai custar cem mil? Então todo mês tem que ter cem mil para essas pessoas, fora os novos.” G-Público “Nós estamos muito largados pelo poder público... o negócio dos médicos, essas coisas todas, a saúde em geral... A gente vê na televisão todo dia.” G-Público “Tanto de diabete como deveria ter de qualquer outro problema de saúde, ter o setor do diabetes. Aonde tem pessoas que estão fazendo palestras, levando conhecimento, porque uma coisa é a mãe falar outra coisa é seu filho ouvir de um profissional... é importante pra gente ter qualidade de vida, seriam menos pessoas que estariam doentes... problema de gengiva, fonoaudiólogo, cardiovascular tem várias consequências. Gente isso aí uma vez por mês não ficaria difícil, não seria nenhuma aberração pro poder público.” G-Privado |
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“O Sistema Único de Saúde, o programa em si, na teoria, no papel é muito bonito, na prática não... Os médicos não vão trabalhar, quando você começa a criar... o vínculo .... some, não dá justificativa... Eles somem com as fichas... culpa dos atendentes mal preparados, grosseiros.” G-Público “Infelizmente hoje as coisas funcionam assim: tem coisas, tem lugares que você vai que funciona muito bem e tem lugares que você vai que infelizmente eu acho que o governo não olha o que tá acontecendo lá... Eu acho que a grande questão é essa. Você vê que são dois órgãos, é a mesma coisa e funciona completamente diferente. Questão de administração.” G-Privado “Uma dúvida que eu tenho é quando um paciente é mal atendido pelo SUS, que ele vai para uma reclamação. Eu nunca ouvi falar que houve resultado naquela reclamação, porque se você vai o mesmo médico está lá até hoje, mil pessoas reclamam dele, mas ele continua lá. Não vejo melhoria nenhuma, pra onde que vai a reclamação da gente? G-Privado “Tentei ligar naquele 0800 para reclamar, quem disse que a gente consegue falar? Ninguém atende.” G-Privado |