Resumo
A presença de restos radiculares é um achado clínico comum entre os idosos e pode refletir necessidades de tratamento. O objetivo deste estudo foi analisar a associação entre a presença de restos radiculares e a autopercepção de saúde bucal por idosos. Foram analisados dados secundários de dois distritos sanitários de Porto Alegre-RS, com base em um modelo teórico conceitual para investigar fatores relacionados com autopercepção de saúde bucal: gênero, idade, escolaridade, situação marital, tabagismo, hábito etílico, procura por cuidados em saúde bucal, participação em grupos, renda familiar suficiente, serviço de saúde bucal acessado, número de dentes e presença de restos radiculares. Os dados foram analisados por testes de Qui-quadrado e Regressão de Poisson (IC 95%; α 5%). A amostra foi composta por 849 idosos com idade média de 69,7 anos (± 7,2); 14,5% deles tinham restos radiculares mantidos em boca e 60,7% referiram sua percepção de saúde bucal como boa. A análise hierárquica mostrou associação entre a ausência de restos radiculares e a autopercepção positiva de saúde bucal. A qualificação e a ampliação da oferta do cuidado continuado devem ser pensadas, para permitir ações que garantam a manutenção de boas condições de saúde bucal para a população idosa.
Envelhecimento; Assistência odontológica; Atenção primária à saúde