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Incapacidade prolongada para o trabalho: perda de direitos, sobrevivência e tangenciamento da atenção primária à saúde

Resumo

O artigo objetiva explorar a experiência da incapacidade prolongada para o trabalho (IPT) de usuários-trabalhadores na atenção primária à saúde (APS), compreendendo os itinerários terapêuticos e de busca de proteção social, os elementos que contribuem para o processo de incapacitação e as estratégias construídas para viver com essa condição. A IPT é um fenômeno multidimensional, com impacto negativo na vida do trabalhador, da família e da sociedade. A APS tem papel relevante no cuidado de pessoas em afastamento do trabalho. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo-exploratório, apoiada no estudo do cotidiano de pessoas em situação de IPT. A perspectiva compreensiva orienta a análise dos dados coproduzidos em entrevistas e em observação de campo. Foram reconhecidos temas transversais, como a desproteção social e a falta de comunicação e cooperação entre os atores-chave que potencializam ou atenuam a IPT. A rede de apoio social mostrou-se importante para acessar a assistência à saúde e para evitar a decadência social. A Estratégia de Saúde da Família, com a retaguarda técnica em saúde do trabalhador, emerge com potencial na produção do cuidado aos usuários-trabalhadores, embora permaneça a fragilidade em manter a longitudinalidade do cuidado.

Palavras-chave:
Saúde do trabalhador; Atenção primária à saúde; Vulnerabilidades; Experiência

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