Resumo
Com o fim de investigar qual o ideário de palhaço que circula no cenário hospitalar, o presente artigo resgata a ancestralidade da figura do palhaço de hospitais, avalia sua formação profissional e tematiza seu papel na contemporaneidade. Através de um estudo descritivo, histórico-documental e qualitativo, a presente pesquisa foi realizada a partir de buscas em bancos de dados acadêmicos como PubMed e LILACS, em abril de 2021. A insuficiência dos resultados motivou a consulta a acervos de livros, assim como um resgate documental de grupos de palhaços. Com a função de carregar leveza, humor e comicidade, foi possível observar que o palhaço de hospital, apesar de não ter a função de curar, complementa o tratamento de pacientes e, portanto, necessita de capacitação nos campos da arte e da biossegurança. Com base na pesquisa bibliográfica, porém, concluiu-se que há uma grande necessidade de formação e educação continuada dos palhaços de hospitais que atuam no contexto brasileiro.
Palavras-chave: Palhaço; Hospital; Saúde; Ancestralidade do Palhaço de Hospital; Formação profissional
Abstract
To investigate the clown ideologies that circulate in a hospital scenario, in this paper, we describe the origins of hospital clowns, evaluate their professional training, and discuss their contemporary role. For this descriptive, historical documentary, and qualitative study, we carried out searches in academic databases such as PubMed and LILACS in April 2021. The insufficiency of these results motivated our consultation of book collections and a documentary analysis of other sources related to clowns. Given their function of conveying lightness, humor, and comedy, we observe that hospital clowns, despite lacking a curative function, complement the treatment of patients and therefore require training in the fields of art and biosafety. Based on our bibliographic research, we also conclude that there is a great need for the training and continual education of hospital clowns who perform in a Brazilian context.
Key words: Clown; Hospital; Health; Hospital Clown Ancestry; Professional training
Introdução
As artes, como promotoras da saúde, acompanham a humanidade desde sua existência. Não são palpáveis como o remédio que adquirimos em um atendimento médico, mas, à sua maneira peculiar, são benéficas à saúde, porque acalmam a alma e nos equilibram enquanto seres humanos. Podem também ser observadas desde as antigas pinturas dos homens da caverna até os tempos mais modernos, com mensagens animadas de memes enviados via celular que, ao serem visualizadas, causam leveza e harmonia.
Dentre as artes, venho destacar a palhaçaria, através da figura do palhaço que é um personagem engraçado presente entre os grupos de todos os tempos. Este expõe suas fragilidades de forma cômica e humorística. Através de seus erros, demonstra a fragilidade humana, faz desconectar o mundo real, teletransportando para o imaginário dos nossos sonhos com uma visão mais esperançosa e divertida que favorece um colorido à vida.
O palhaço não ignora as dificuldades que surgem no cotidiano, ao contrário, aprende a incluí-las e extravasar através do humor. Surge como uma figura que utiliza a paródia diante da tragédia. Entretanto, isso não implica que seus problemas foram resolvidos, mas que está aprendendo a lidar com as diversidades e percebe que esse momento pode ser passageiro.
Os palhaços são anteriores à existência de qualquer espetáculo, embora sejam lembrados pelo picadeiro, circo e festas itinerantes. Enquanto forma organizada de arte os palhaços têm uma função social, pois eles condensam e sintetizam a possibilidade dada pela linguagem e pela coabitação humana de imaginar e viver, a partir do mundo dado, um outro mundo possível1,2.
O palhaço se apropria da arte, cuja palavra tem origem latina: “ars” significa técnica ou habilidade. Segundo o dicionário Houaiss3, arte é a “produção consciente de obras, formas ou objetos voltados para a concretização de um ideal de beleza e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana”. Aderindo o significado de técnica, a palavra tem procedência grega thecne, nesse sentido, o entendimento que o fazer artístico exige um conhecimento teórico e prático mínimo. E assim, levar a questão do ideário do palhaço no cenário hospitalar exprime uma especificidade àqueles que exercem essa arte.
A premissa do palhaço de hospital vem sendo exibida como paródia da figura dos médicos, com Michel Christensen. Entretanto, deve ser apresentada com cuidado, porque o palhaço não desempenha as mesmas habilidades dos profissionais de saúde. Seu trabalho “é estimular o lado saudável do paciente através das artes”4 é um complemento ao tratamento, não tem a função curativa. Para Adams5 “o riso proporcionado pelo palhaço pode aliviar dores e sofrimentos”. Com a perspectiva de oferecer, através da arte do palhaço, leveza, doses de bom humor, injeções de esperança, reflexões cômicas e paródias que repercutem situações corriqueiras da vida6. A responsabilidade de cura perpassa um conceito amplo e complexo de saúde em que o palhaço não pode assumir essa responsabilidade de curador.
Nesse contexto, se faz necessário esclarecer a importância do conceito artístico e finalidade do palhaço de hospital, destacando que assim como o médico necessita de uma formação para executar seu trabalho, o palhaço deve seguir uma formação antes de entrar no discurso e serviço de saúde. Na intenção de “desromantização” desse trabalho, que corrobora com a Política Nacional de Humanização, mas sua função principal é contribuir na perspectiva do conceito de medicina integrativa. Esta, fundamentada em conhecimentos proporcionados pelos profissionais da saúde, com o objetivo de oferecer uma assistência integral, individualizada e holística no cuidado ao paciente7.
Questiona-se: Qual o ideário de palhaço disseminado no cenário hospitalar? Pretende compreender os conceitos e padrões de comportamentos, construídos e disseminados no palhaço de hospital. Estudos com esse direcionamento teórico, contribuem para o resgate da matriz histórica sobre o tema em questão, favorecendo uma reflexão acerca das rupturas e permanências que influenciaram e ainda influenciam o palhaço, desde a ancestralidade até os dias atuais.
Método
Estudo descritivo, histórico-documental, de abordagem qualitativa. De início foram realizadas buscas em bancos de dados acadêmicos como: PubMed e LILACS, em abril de 2021, sem restrição ao período anual, os descritores utilizados foram: “Ancestralidade do Palhaço e Saúde”, “Trajetória do Palhaço e Saúde”, “Relação Palhaço e Saúde”, “Palhaço de hospital e Saúde”. Foram encontradas inúmeras produções quanto a arte do palhaço e saúde na perspectiva de benefícios fisiológicos, psicológicos ao paciente, acompanhante e profissional. E, por sua vez, não atenderam à demanda proposta. Foi necessária consulta complementar em acervo de livros e resgate documental de grupos de palhaços de referência na temática em estudo, permitindo a construção de um banco de dados que otimizou a organização, interpretação e análise.
Por considerar relevante, destaco a obra Elogio da Bobagem, de autoria de Alice Viveiros de Castro8, acervo de livros do grupo Doutores da Alegria9, relatos do trabalho de Patch Adams5 e Michel Christensen, publicações acadêmicas de Morgana Masetti4 e Susana Caires10.
Tais trabalhos subsidiaram a escrita desse artigo, considerando as publicações referente a proposta de discussão de palhaços no cenário hospitalar. Uma vez concluída a construção do banco de dados, os pesquisadores deram início a uma cuidadosa e seletiva leitura do conteúdo, o que permitiu segmentar o processo de análise em duas etapas: a primeira considerou o estudo das leituras do material selecionado, em que os autores se aproximaram do conteúdo da temática. Neste modo minuciosamente desenvolvido, procuraram identificar diferenças e similaridades existentes em cada um dos autores, bem como as transformações textuais existentes entre cada um dos arquivos. Foram elencados trechos e capítulos que reproduziam concepções acerca da ancestralidade do palhaço no cenário hospitalar.
Após concluídos os procedimentos respectivos, os autores iniciaram discussão e elencaram em tópicos, sobretudo em relação à identificação de “conceitos” e “padrões” prescritivos de comportamentos e atitudes, que convergiam com o ideário de palhaço como promotor da saúde e padrões no cenário hospitalar.
A definição de “conceito” utilizada foi a de todo procedimento que possibilita conhecer e classificar quaisquer objetos “cognoscíveis”, de modo que tenha função de descrever tais objetos, para que sejam também reconhecidos11. Desta forma, foram classificados e apresentados em três categorias: 1- Conhecendo a ancestralidade dos palhaços de hospital; 2- Palhaços de hospital na contemporaneidade; e 3- Formação Profissional para palhaços de hospital.
Outra definição adotada pela pesquisa foi em torno de “padrões”, compreendidos como tudo aquilo que se configura como base ou norma para uma avaliação, estando sempre vinculados a um resultado que se pretende almejar. Assim, os temas, objetos de análise e destaque como conceitualizados nos arquivos, atendiam a uma prescrição normativa comportamental a ser adotada pelo público de modo geral a ser seguido por gerações12.
O procedimento analítico foi finalizado conforme os resultados foram classificados em três categorias, sendo então descritos e discutidos com base na literatura científica pertinente. Seguindo a avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos, conforme determina a Resolução nº 466/201213 em vigente legislação, por não se tratar de uma pesquisa com seres humanos, mas sim com fontes documentais disponíveis de livre acesso social, não foi necessário submeter o projeto para a referida apreciação.
Resultado e discussão
Conhecendo a ancestralidade do palhaço de hospital
Desde os primórdios o palhaço utiliza a paródia diante da dor, da tragédia, do sofrimento e da condição humana. Faz-se necessário sua presença em diversos ambientes, como o hospital, universidades, campo de guerra, privados de liberdade, zona de prostíbulos, orfanatos, Instituições de Longa Permanência (ILP), poder judiciário, empresas e demais locais que ele se permitir habitar. A ideia é apresentar uma nova paisagem para lidar com a vida, não desconsiderar suas mazelas, mas, assim como o profissional de saúde visita o paciente em busca de identificar sua patologia e oferecer estratégias para curar sua doença, o palhaço é também um visitador, ele visita a “dor” e, de forma artística, busca encontrar algo além do sofrimento que é expresso de forma física ou emocional. Pretende amenizar com sua arte do riso, empatia e amor a tragédia visualizada14-16.
É uma busca para encontrar algo de bom funcionando para estimular essa energia boa que poderá contaminar de forma positiva todos os órgãos afetados, favorecendo momentos de relaxamento e desvio do sofrimento e da tragédia. O palhaço tem consciência que não causará cura do sofrimento, até porque a sua função é artística, mas acredita que sua arte apresentada ao paciente ameniza a desilusão e vislumbra dias menos sombrios.
A figura do palhaço no hospital, embora seja atual, nasceu no âmbito da filosofia, da arte e da saúde físico-mental, ou seja, com a influência da medicina e da figura do médico. Na civilização egípcia, em 4.500 a.C., por exemplo, é a figura de um palhaço - Bess, o Deus da alegria - que representa a busca do equilíbrio humano. Na mitologia greco-romana, em 400 a.C., os atenienses procuravam a cura da mente e do corpo no santuário de Asclépio, Deus da medicina e da cura, onde os pacientes recebiam os benefícios da força curativa por meio do humor. Nas tribos indígenas Hopis e Tunis, os sacerdotes de cargo elevado, designados como cuidadores da saúde dos membros de sua tribo, vestiam-se de palhaço4.
Há relatos no final do século XIX, dos irmãos Fratellini, um famoso trio de palhaços, iniciaram o trabalho em hospitais na França, de forma casual, visitavam o setor de pediátrica17. Em 1908 há relatórios que revelam atuação dos palhaços em hospitais, conforme publicado no Petit Journal, mostrando a atuação de dois palhaços numa enfermaria de um hospital pediátrico em Londres18; entretanto, este tipo de atuação é citado como pontual.
Os palhaços de hospital na categoria profissional surgiram apenas em 1986, com Michael Christensen e a Clown Care Unit, integrada na companhia de circo The Big Apple Circus19-21. Nesse ano, o Babies and Children’s Hospital, em Nova Iorque, solicitou-lhe uma apresentação para as crianças no setor de cirurgia cardíaca e Michael escolheu parodiar a figura do médico, foi “apresentado como o novo médico-chefe, o Dr. Stubs, cujo palco era uma sala repleta de crianças com diversas situações clínicas e, [...] fez emergir a irreverência brincalhona para com a figura de autoridade do médico e das normas hospitalares”22. A atividade desenvolvida apresentou resultados surpreendentes, com expressiva aceitação e participação das crianças na brincadeira do palhaço20,21,23.
Sensibilizado com a atividade e a visão de campo de atuação do palhaço, Michael Christensen criou, então, a Clown Care Unit, “com objetivo de levar às crianças hospitalizadas a surpresa, a magia, o entusiasmo, a alegria e a diversão22, partindo do pressuposto que a criança, independentemente da sua situação, tem na sua essência o brincar e que os palhaços fazem emergir essa dimensão de saúde”24. A Clown Care Unit foi constituída por palhaços profissionais, especialmente treinados para a atuação em contexto hospitalar. Os artistas pioneiros nesse trabalho eram de diversas nacionalidades e foram criando, posteriormente, programas nos seus respectivos países20,25. É referenciado os projetos de Wellington Nogueira, fundador dos Doutores da Alegria, no Brasil, Caroline Simonds, com Le Rire Médecin, em França, e Laura Fernandez, na Alemanha com Die Clown Doktoren26. Da mesma forma, o conhecimento do trabalho de Michael Christensen e da Clown Care Unit, levaram André e Jean Poulie a fundarem a Theodora Foundation, na Suíça (que atualmente tem o trabalho desenvolvido em oito países do mundo); Yury e Vladimir Olshansky o Soccorso Clown, na Itália; Peter Spitzer e Jean-Paul Bell deram início ao Australia’s Humour Foundation Clown Doctor Programs; Sergio Claramunt constituiu, em Espanha, os PayaSOSpital; existindo ainda outras organizações, como os Fools for Health (Canadá), os Sairaalaklovnitry (Finlândia)21,26, a Bola Roja (Peru), o Doctor Feliz (Chile)27 e a Operação Nariz Vermelho (Portugal).
No mesmo ano em que Michael Christensen funda a Clown Care Unit, em 1986, surge em Toronto/Canadá uma outra linha de palhaços de hospital, com um modelo terapêutico, através de Karen Ridd28-30, uma palhaça profissional e professora, desenvolveu as suas ideias no contexto da teoria e da prática de desenvolvimento infantil, abordando o Child Life Department of the Children’s Hospital of the Health Sciences Centre of Winnipeg com uma ideia grandiosa, ousada e transformadora: a intervenção do palhaço neste contexto de saúde, tendo a proposta o apoio do responsável pelo departamento, Ruth Kettner, e pelo diretor da Children’s Hospital Television, Renée Ethans28,29. Karen Ridd, através da sua inovação e empreendimento, demonstrou a relevância da atuação do palhaço na relação com a criança hospitalizada, no seu “potencial empoderamento, na facilitação da adaptação à sua situação clínica [...], na mudança da percepção sobre o cenário hospitalar, nas necessidades da família [...] enquanto ferramenta educativa e de diversão”28.
Na proposta de Ridd28 “o estado emocional da pessoa interfere com o seu bem-estar físico, que o humor e o riso criam uma valência afetiva positiva e que os palhaços sempre ocuparam um lugar central na sociedade ao longo da história, por isso podem constituir uma ajuda aos profissionais de saúde, quebrando barreiras, libertando o estresse, ocasionando a melhora e o bem-estar de pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde”. Ridd28 assume que a intervenção do palhaço terapêutico cria a oportunidade para a criança desempenhar diversos papéis, ganha controle e consistência, criatividade, desenvolve sentido de humor e estabelece relações positivas.
As organizações de palhaços de hospital foram se expandindo em todo o mundo, seja os precursores de Michael Christensen, ou de Karen Ridd31. Atualmente é visualizado a expansão da perspectiva de Palhaço e a Saúde em diversos cenários, desde o contexto pediátrico, abrangendo setores de adultos, a geriatria e a reabilitação, crianças e adolescentes com necessidades especiais, à preparação pré-operatória, às situações de coma, à reabilitação, aos cuidados paliativos, a zonas de catástrofe e isolamento, contextos de psiquiatria, com resultados não somente na melhoria do ambiente do serviço, mas também na redução do número de comportamentos destrutivos28,29,32,33.
Em 2011 a nível Europeu foi criada a European Federation of Hospital Clown Organizations34, um grupo que tem como objetivo resguardar e apoiar o trabalho do palhaço profissional no cenário hospitalar. A Federação é uma referência para estes profissionais que atuam exclusivamente em hospitais pediátricos e “promove as boas práticas, atribuindo acreditação de qualidade em função do cumprimento de critérios rigorosos e divulga a investigação desenvolvida nesta área profissional”34.
O Brasil teve início em 1991 com os “Doutores da Alegria”. O idealizador diz ter aderido o termo “Clown” ao palhaço de hospital para diferenciar do sentido pejorativo que muitas vezes é referenciado à palavra “palhaço”. Pensando na profissionalização e valorização desta temática tem ofertado espaços para formação de palhaços e discussões. Pode citar a “Escola de Palhaços”, que apresenta uma pedagogia própria no ensino da máscara. Formam artistas para intervir em palcos diversos, improváveis, onde as escolhas os levarem. O NUFO (Núcleo de Formação e Orientação) e o Projeto “Palhaços em Rede” têm o objetivo de reunir grupos de palhaços atuantes em hospital no país para favorecer a troca de experiências e parcerias. Vale destacar, que o Brasil apresenta um grande número e diversidade de grupos, em relação aos demais países.
Ainda sobre o palhaço no contexto hospitalar há a perspectiva das atividades desenvolvidas pelo médico Patch Adams, com início do trabalho em 1971, em que sua história ficou famosa e conhecida a nível internacional com o filme Patch Adams: O amor é contagioso. Em uma entrevista ao programa Roda Viva, na televisão brasileira, em 2007, este afirmou que sua filosofia de vida é o amor, não apenas no âmbito hospitalar, mas nas relações sociais como um todo, independente de lugar. Tem por opinião que o objetivo do médico não é curar e sim cuidar. Cuidar com muito amor, tocando nos doentes, olhando em seus olhos, sorrindo e se caracteriza na figura do palhaço no atendimento de seus pacientes como modo de interação35.
Diante deste contexto, atualmente existe um movimento de palhaços de hospital vinculados às universidades, que utilizam a arte do clown para trabalhar valores humanísticos na formação em saúde, gerando práticas baseadas em relações de solidariedade que permitam a ressignificação da concepção do cuidado em saúde. Baseado na quebra do estigma de que o hospital é um ambiente sombrio e triste, surgiram Projetos de Extensão Universitária em busca de trabalhar o riso como terapia em hospitais e com finalidade de abordar a humanização na assistência através da arte do clown36.
No âmbito desses grupos específicos, o palhaço proporciona a percepção das emoções, das histórias de vida e dos anseios do doente, levando o acadêmico a se caracterizar de palhaço e interagir com o paciente no cenário hospitalar, sem realização de procedimentos de saúde, o objetivo de incitar à utilização da criatividade e o desenvolvimento emocional, visualizando o ser humano além da doença37. Há, portanto, o desenvolvimento da empatia, principal elemento da relação profissional de saúde e paciente, que auxilia o profissional da saúde a encontrar formas de ajudar o paciente a enfrentar a doença e a superar a situação da hospitalização, deixando-o mais seguro e disposto na interação, relacionamento, confiança ao informar com mais desenvoltura seus problemas, sintomas e dúvidas38.
Quanto às motivações desses acadêmicos para aderirem a esse movimento de palhaço de hospital, uma pesquisa de Takahagui et al.23, com um grupo de alunos da área da saúde, caracterizados de palhaços doutores, foi observado que grande parte dos mesmos procuram através do palhaço o seu “aprimoramento pessoal e profissional” (83,34%) e de “humanização na relação pessoal com o enfermo” (77,78%), objetivando adquirir habilidades de comunicação que os ajude a estabelecer uma boa relação médico-paciente. Assim, por meio da formação que recebem para o efeito, bem como a sua experiência nesta nova “pele”, os alunos podem adquirir habilidades e competências de comunicação consonantes com uma visão integral e holística da assistência ao usuário6.
Masetti4, em seus estudos sobre profissionais de saúde e formação humanizada, relata que a medicina, assim como outras profissões da área da saúde, é uma arte, e a associação dos cuidados acadêmicos e a atividade lúdica valorizando o riso certamente proporcionará uma mudança mais ética e humanista na formação destes profissionais. Segundo uma perspectiva de inovação no processo ensino-aprendizagem, observa-se que em algumas instituições há movimentos de valorização do riso como processo de cuidado ao paciente. Para o palhaço no ambiente hospitalar o foco não é o órgão doente e, sim, encontrar o que tem funcionado bem para estimular e valorizar. As artes têm o poder de lidar com estes diversos temperamentos do ser e, consequentemente aplicar a visão do cuidado.
Palhaços de hospital na contemporaneidade
No entanto, é observado uma expansão de palhaços de hospital, resultando em níveis variados de profissionalismo e responsabilidade. Os profissionais, considerados os palhaços terapêuticos, são respeitados prestadores de cuidados complementares, capacitados para desenvolver o cuidado aos pacientes como membros integrais da equipe de saúde. No outro extremo do espectro, os palhaços voluntários e não profissionais, apesar de bem-intencionados, podem ser apenas pessoas fantasiadas, sem treinamento e sem a real compreensão do papel do palhaço e de todo o seu potencial terapêutico, não desenvolvendo o trabalho esperado e comprometendo a figura do palhaço que desenvolve as atividades de forma adequada. Vale ressaltar que não pode ser generalizado, visto que existe projetos voluntários vinculados a ONG e categoria extensão universitária que realizam formação “mínima” e capacitação constante com sua equipe de trabalho, estes realizam trabalhos de qualidade.
Conforme citado em Esteves et al.39, a AATH, por meio do Therapeutic Clown Advisory Board, identificou potenciais problemas associados à atuação dos palhaços de hospital, que podem ocorrer por diversos fatores:
(I) O vestuário do palhaço e a sua atuação, quanto aparência e ruído, decorrentes do exagero dos trajes, maquiagem, comportamento e sensibilidade à receptividade da intervenção; (II) o risco de infeção cruzada, resultante do não cumprimento das normas de controle de infeção; (III) a violação da confidencialidade, pelo acesso indevido aos dados clínicos do paciente; (IV) a possível perturbação da atividade e rotina hospitalar, pelo desempenho inadequado e descumprimento da função do palhaço (pode citar, assumir o papel de conselheiro); (V) os potenciais riscos físicos, decorrentes da manipulação de equipamentos e materiais do hospital que possam causar acidentes, ou não cumprimento de regras de segurança para si próprio e paraterceiros39.
Para Linge40 os palhaços de hospital precisam adotar uma postura e comportamento adequado durante a sua intervenção, respeitando a integridade e vontade de cada um. A sensibilidade e a formação do palhaço são primordiais para perceber e atender as necessidades dos pacientes, direcionando para eles os seus esforços e energia, mostrando interesse e atenção. São princípios fundamentais para minimizar os riscos da sua intervenção e não causar dano ao paciente.
Além disso, é orientado o uso de instrumentos de trabalho e segurança para o meio hospitalar obedecendo as Normas Regulamentadoras (NR) peculiares aos profissionais de saúde do cenário hospitalar ditadas especificamente na NR-32 e de maquiagem mínima que deixe transparecer as características pessoais do palhaço, sem exageros para não causar medo pelo excesso de adereços e barulho6.
Bem como, o uso dos instrumentos musicais deve garantir níveis sonoros que não perturbem os diferentes atores do contexto. O conhecimento, a compreensão e o respeito pelas regras de higienização hospitalar, são indispensáveis para o trabalho de qualidade. Assim, o palhaço deve também ter a sensibilidade e consciência de saber quando e como usar o toque físico, percebendo se é ou não desejável e adequado em cada situação, agindo de forma responsável, com a intencionalidade e significado de cuidado e amor. Ademais, o palhaço não deve quebrar a regra de manter, respeitosamente, a sua função de palhaço39.
Ser palhaço de hospital implica que sua intervenção deve aderir uma formação contínua e permanente, seguida de treino sob orientação e supervisão de um profissional com expertise na temática, tanto na vertente técnica, como na formação artística específica de atuação em pediatria (a depender do público alvo), quer ainda no âmbito da saúde e cenário hospitalar, para garantir a segurança e efetividade da sua atuação, de acordo com a situação clínica e os aspectos emocionais que encontram, adaptando as suas técnicas e abordagem de forma sensível às circunstâncias6,19,20,39,41-44.
Para Unidades Terapia Intensiva (UTI), a formação e treino do palhaço de hospital, deve atender aos “elevados padrões profissionais, conhecimento das particularidades (situações críticas, sedação), acompanhantes significativos, singularidade do ambiente e fatores restritivos (como a alta tecnologia, os equipamentos, o movimento, o barulho entre outros), medidas de controle de infeção, permitem ultrapassar as barreiras e tornar o trabalho destes profissionais uma mais-valia para todos os interventores”45.
Neste contexto, o palhaço capacitado para exercício da sua função estimula uma qualidade da assistência em saúde. Logo, a inserção do palhaço com uso da sua arte alinhada aos tratamentos convencionais favorece um cuidado ampliado, menos traumatizante e acolhedora ao paciente hospitalizado.
Formação profissional para palhaço de hospital
Diante da expansão do trabalho dos palhaços no cenário hospitalar, especificamente no Brasil com uma diversidade de grupos e não oportunidades de conhecimentos adequados a todos. Percebe-se uma necessidade de uma formação “mínima” para prestação desse serviço que complementa a assistência em saúde. Se faz necessário, uma democratização dessa arte, em que os grupos de referências nos seus Estados possam apoiar os iniciantes e que estes possam se sensibilizar quanto a responsabilidade do trabalho executado. Na intenção de potencializar os saberes há favor da arte.
A ONG Doutores da Alegria, ao ser questionada quanto ao ponto de vista jurídico explica que não há legislação trabalhista específica para categoria profissional “palhaço de hospital” no Brasil, o que seria uma grande incoerência. Isso porque a formação artística na linguagem do palhaço (independente da sua origem, se teatral ou por tradição, através do circo por exemplo), forma palhaços. O campo de atuação escolhido pode ser amplo e diverso. A linguagem é a base da formação e o campo de atuação é uma escolha. Quanto a ser incluído “simbolicamente” como profissional de saúde, depende da vertente de atuação. Em Israel, Grupo Dream Doctors, a atuação do palhaço tem um caráter bastante terapêutico, em que a presençado palhaço é incluída na equipe, sendo aceito e respeitado como um “funcionário” do hospital.
Nessa perspectiva de formalização do serviço do palhaço de hospital, pode citar a Lei nº 14.72646 sancionada no dia 13 de maio de 2015, em Buenos Aires, Argentina. Destacado:
O objetivo da lei é incorporar o trabalho do Palhaço de Hospital no Sistema de Saúde. Por Palhaço Hospitalar entende-se aquela pessoa especializada na arte da palhaçada que, de acordo com a autoridade de aplicação, preenche as condições e requisitos para o desenvolvimento da sua tarefa nos hospitais públicos provinciais e/ou municipais da nossa Província. Cada serviço de terapia pediátrica deve ter um serviço de especialistas na arte do palhaço ou do palhaço de hospital. O Poder Executivo, através da autoridade de aplicação, determinará os requisitos e condições dos especialistas em arte palhaço para o desenvolvimento das suas tarefas, bem como a categorização dos hospitais públicos provinciais e/ou municipais em que são necessários46.
Seguindo tal modelo de lei pode não se adequar a realidade Brasileira, porque pode restringir apenas a grupos profissionais em grandes centros urbanos. Mas se faz em caráter de urgência um controle pelos trabalhos que vem sendo desenvolvido no país. Ao entender que o trabalho prestado na ausência de conhecimento específico compromete a continuidade dos grupos “sérios”. É preciso pensar em verdadeiras redes de apoio a favor da categoria.
Há também uma necessidade de comunicação e parceria com os hospitais na pactuação do trabalho a ser desenvolvido, explicando sua função e atribuições frente ao paciente. Ao mesmo modo que o gestor seleciona os profissionais que irão trabalhar no hospital, os palhaços devem ser treinados para realização das suas competências e habilidades, em que suas intervenções precisam ser validadas por grupos com seriedade, compromisso e destreza antes da adesão ao serviço.
Conclusão
Assim, no material estudado observa-se que muito dos palhaços do Brasil, exercem a função sem formação específica para executar atividade. Isso é percebido desde a sua origem no mundo quanto à categoria palhaço, em que muitos tinham o “dom” de provocar risos pelas suas posturas engraçadas e sábias, mas eram analfabetos. Por isso, pode refletir nos dias atuais em trabalhos com pouca qualidade e pode comprometer o exercício do profissional qualificado. É sugerido que as pessoas que desejam realizar esse tipo de atividade, em um cenário peculiar como hospital, busquem uma formação técnica com profissional de artes cênicas, com expertises a oferecer ferramentas para desenvolvimento de competências e habilidades artísticas.
Faz-se necessária uma capacitação sobre biossegurança para entendimento da NR32, a fim de evitar contaminação cruzada nas brincadeiras leito a leito, sem devida higienização das mãos e objetos de trabalho, mínimo uso de adornos, imunização atualizada, além do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e respeito aos isolamentos. As condutas do cenário hospitalar devem ser respeitadas e seguidas, conforme protocolo de normas e rotinas.
Também é importante evitar posturas com questionamentos políticos, religiosos, especulativos frente à patologia do paciente, respeitando suas ideologias, crenças e jamais oferecer alimentos, sem devida orientação nutricional. Diante disto, torna-se necessário incluir uma perspectiva de educação continuada e permanente junto ao grupo para discussão de temáticas pertinentes como, brincadeiras de acordo com a faixa etária, aprender mágicas e mímicas, ludoterapia musical, contação de histórias, trabalho em grupo, liderança e relações interpessoais, tanatologia, entre outros. É recomendado participar de eventos que discutam a temática do palhaço em toda sua amplitude.
Na perspectiva apresentada para este artigo, o que se pode apontar como principal questão da pesquisa é que os conceitos e padrões construídos e disseminados no arquétipo do palhaço de hospital, em que vem sendo representativo pela sociedade e legitimado no âmbito cultural, bem como multiplicador de um projeto de formação de atividades voluntárias com apoios de extensão universitária, ONG e religiosa. Mesmo diante de toda boa vontade, simpatia e altruísmo, é primordial compromisso, responsabilidade e formação profissional para exercer a arte do bom humor. Afinal, vontade de ser e fazer palhaço é diferente, de fato, de ser e fazer palhaço.
Agradecimentos
Agradecimentos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo financiamento da pesquisa de doutorado.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
27 Maio 2022 -
Data do Fascículo
Jun 2022
Histórico
-
Recebido
15 Jul 2021 -
Aceito
10 Ago 2021 -
Publicado
12 Ago 2021