Resumo
Buscou-se identificar fatores que interferem na suspeita do câncer de mama (CM) pela atenção primária à saúde (APS) que impulsionam o encaminhamento para a atenção especializada (AE) nos municípios de São Paulo e Campinas. Foram entrevistadas 664 mulheres (353 paulistanas e 311 campineiras) diagnosticadas com CM, encaminhadas para AE pela APS. Utilizou-se a análise de regressão logística multinível para a identificação das associações entre a suspeita do CM pela APS, variáveis socioeconômicas e atenção ao câncer. Mostraram associação significativa: nível superior de escolaridade (RC = 0,59; IC 95% = 0,35-0,98); pagamento de consulta médica para atendimento relacionado ao câncer (RC = 0,59; IC 95% = 0,36-0,96), continuou atendimento na APS após início do tratamento na AE (RC = 0,62; IC 95% = 0,41-0,95); mama examinada na APS (ECM) antes do encaminhamento para a AE (RC = 1,61; IC 95% = 1,10-2,34) e primeira mamografia solicitada na APS (RC = 2,81; IC 95% = 1,95-4,00). A solicitação da mamografia e o ECM são ações que têm sido incorporadas na APS para a detecção precoce do CM nos municípios. Continuar o atendimento na APS e melhores condições socioeconômicas, como ter nível superior de escolaridade e capacidade de pagar por atendimento, reduzem a chance da suspeita.
Palavras-chave:
Neoplasias da mama; Detecção precoce de câncer; Atenção primária à saúde; Sistema Único de Saúde; Avaliação em saúde