Acessibilidade / Reportar erro

“Eu sofria calada e certamente toda mulher é assim” - Silenciamentos: reproduções e rupturas da violência contra as mulheres que vivem em contextos rurais

Resumo

Este estudo se dedica, através de histórias de vida, a analisar a violência contra as mulheres que vivem em contextos rurais, seu silenciamento e os desafios de rompê-lo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa a partir de 20 entrevistas com mulheres rurais em dois municípios do Rio Grande do Sul. Através da Análise de Narrativas chegamos a duas categorias: “Eu sofria calada e certamente toda mulher é assim” - A violência e o silenciamento; e “A gente cuida dela” - Rompendo o silêncio. A primeira, faz referência a opressão do silenciamento e como as mulheres foram afetadas através da violência e do isolamento. A segunda, apresenta os desafios enfrentados pelas mulheres ao romper o silenciamento e sair da relação abusiva, e como, através de suas narrativas, acessamos a histórias de outras mulheres que sofrem violência. As narrativas reforçam que o silenciamento, advindo dos papeis de gênero e do cerceamento de liberdade, contribuiu para a permanência na relação abusiva. A violência teve sustentáculo no contexto rural, no qual as mulheres ficavam ainda mais isoladas, sozinhas e sem apoio, acentuando seus medos, culpa, vergonha, dependência financeira. É fundamental haver um trabalho intersetorial para o enfrentamento a essa problemática com mais informação e assistência às mulheres rurais.

Palavras-chave:
Violência contra a Mulher; Violência de Gênero; Área Rural; Narrativa

ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva Av. Brasil, 4036 - sala 700 Manguinhos, 21040-361 Rio de Janeiro RJ - Brazil, Tel.: +55 21 3882-9153 / 3882-9151 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cienciasaudecoletiva@fiocruz.br