O campo da Comunicação e Saúde no Brasil vem se desenvolvendo e se fortalecendo a cada Conferência Nacional de Saúde (CNS). No relatório final da XII CNS, em 2003, torna-se claro o reconhecimento das rádios comunitárias como instrumento de divulgação e produção de temas relacionados ao SUS. O objetivo foi analisar as relações que se estabelecem entre profissionais de saúde, ouvintes/usuários e comunicadores envolvidos com uma rádio comunitária, de modo a entender como são constituídos os nexos entre um programa de rádio sobre saúde e os imaginários desses sujeitos. Para tal, uma abordagem metodológica qualitativa, fazendo-se uso da etnografia e do estudo de recepção. O campo se constituiu de um programa sobre saúde, o Bloco Mulher Saúde, transmitido pela rádio comunitária Rádio Comunidade FM 104,9 no município de Nova Friburgo, RJ. As discussões foram divididas em categorias analíticas. A comunicação comunitária pode contribuir como mediador político-cultural ampliando as possibilidades de expressão das demandas sobre saúde; existe a manutenção e reprodução do linguajar técnico hegemônico em saúde pelos médicos ao participarem de uma rádio comunitária; a comunicação comunitária pode auxiliar na construção de estratégias para ampliar o controle social no SUS.
Comunicação e saúde; Comunicação comunitária; Rádio comunitária; Democratização da mídia; SUS