O objetivo deste estudo foi avaliar a influência dos determinantes sociais e da oferta de serviços na atenção primária em relação à utilização de um serviço de pronto atendimento odontológico em município de médio porte. Foram utilizados para a análise dados de registros de 57.231 usuários do pronto atendimento, período de 2007 a 2009, segundo idade, sexo, data e período do atendimento, índice de exclusão social do bairro de residência e existência de equipe de saúde bucal de referência. Verificou-se que, em média/ano, 5,24% da população utilizou o serviço no período estudado, com maior procura na faixa etária de 20 a 49 anos (63,84%) e equilíbrio entre os sexos. Os procedimentos mais executados foram os cirúrgicos (54,9%) com tendência ao aumento dos procedimentos restauradores (62,8%). Os usuários residentes em áreas de maior exclusão social apresentaram 4,15 vezes mais chance de procurar pelo serviço (p < 0,05). Não foi observada associação estatisticamente significativa entre procura pelo pronto atendimento, sexo e a existência de equipe de saúde bucal na área de residência. Concluiu-se que houve uma maior utilização pelo serviço de urgência odontológico municipal por indivíduos provenientes de áreas mais vulneráveis, demonstrando a importância do mesmo na diminuição das iniquidades em saúde bucal.
Saúde bucal; Emergências; Epidemiologia